O veto às devoluções levará ao arrasto a amarrar no primeiro trimestre de campanha

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Nautica Digital Europe Destacado Marina Pesquera

Andrés Hermida pede a realização de um plano de devoluções que evite os possíveis da obrigação de desembarque

O secretário-geral das Pescas, Andrés Hermida, sublinhou a necessidade de unir esforços para alcançar um plano de devoluções que contemple todos os mecanismos necessários para a aplicação da obrigação de desembarque em menos de dois anos, evitando assim os problemas socioeconómicos que a frota de pesca possa ter. Andrés Hermida inaugurou esta manhã, na sede do Ministério, o I Encontro Holanda-Espanha sobre Pesca Sustentável e Inovadora, organizado pela Embaixada dos Países Baixos, no qual se vão abordar aspectos que fazem parte da coluna vertebral da atualidade pesqueira nestes momentos, como as devoluções, as medidas técnicas e a pesca ilegal não declarada e não regulamentada (pesca IUU).

Neste sentido, a Hermida salientou que a política de devoluções é uma das prioridades do Secretariado-Geral das Pescas. A este respeito, a Hermida explicou que o sistema de TAC e quotas, combinado com a proibição de devoluções (cujo calendário de inclusão de espécies sujeitas a obrigação de desembarque e as excepções a determinar devem estar concluídas em 2019), pode gerar o efeito “estrangulamento” temido. Isso pode significar, esclareceu, a parada de muitas pescarias, ao consumir as quotas de stocks limitantes que até agora se descartam, o que teria importantes consequências económicas e de emprego. O Secretário-Geral das Pescas afirmou que a Holanda e a Espanha, membros do grupo de alto nível de águas noroccidentais, partilham esta preocupação e promoveram a inclusão de um ponto de discussão sobre este assunto no próximo Conselho de Ministros da União Europeia da próxima semana. Quanto à questão das medidas técnicas, a Hermida confia que o novo quadro de regionalização permita a adopção de medidas mais ajustadas à realidade das pescas.

Por outro lado, Andrés Hermida salientou que o controlo da pesca ilegal não declarada e não regulamentada é um dos pilares da política de pesca do Governo de Espanha desde 2012. Para isso, a Espanha dedica numerosos esforços, recursos financeiros, humanos e técnicos, “e hoje podemos afirmar que estamos à cabeça”, acrescentou. Como exemplo, o Secretário-Geral assinalou marcos tão significativos como a obtenção da certificação ISO 9001 em todo o nosso sistema de controle ou o desenvolvimento das operações Sparrow. No caso específico das importações de produtos da pesca de países terceiros, a Hermida colocou em valor o grande esforço realizado pela Espanha para a aplicação efectiva do regulamento de 2008 que estabelece um sistema comunitário para prevenir, desencorajar e eliminar a pesca IUU, com uma concepção centralizada baseada nos riscos detectados. De acordo com o relatório Hermida, a Espanha lidera as estatísticas em matéria de verificações realizadas e de recusas constatadas, bem como nos relatórios de que a Comissão dispõe. Neste domínio, o Secretário-Geral transmitiu a “completa disponibilidade do meu departamento para partilhar e trocar a experiência adquirida nesta matéria, com o objectivo de aperfeiçoar e tornar ainda mais eficazes os nossos métodos contra a pesca IUU”. Além disso, a Hermida considera necessário continuar a promover a aplicação harmonizada das medidas de controlo das importações já previstas na legislação comunitária, “especialmente entre os países que somos fundamentais pelos volumes de mercadorias que lidamos, como o Reino Unido, a Alemanha, a Itália, a França ou os Países Baixos”.

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