1959: De Vigo a Cabo Trafalgar na dorna «Asunção» do Náutico de Vigo

1959: De Vigo a Cabo Trafalgar na dorna «Asunção» do Náutico de Vigo

Nautica Digital Europe

No verão de 1959 a «Asunção», uma dorna (embarcação tradicional galega de 6,15 metros de eslora e 2,12 de manga, com um deslocamento de 500 Kgs, sem cabiner e abandeirada no Real Club Náutico de Vigo, se pôs como objetivo, da mão de sua tripulação (Mario Zaera e os marinheiros de Canido Francisco Piñeiro «Chuco» e José Montenegro Collazo), chegar a Tarragona, custoando toda a Península Ibérica. Seu padrão Mario Zaera havia se proposto realizar esta aventura náutica, para visitar o Real Club Náutico de Tarragona e muito especialmente seu presidente Luis Bonet, grande amigo do regatista vigués.

A experiência de Zaera era profunda, com muitas singladuras a Aguiño... ao "País das dornas", como lhe chamava a Villagarcia de Arosa. Os maiores problemas de pôr em marcha a única aventura, foi que, em várias ocasiões, os marinheiros escolhidos como tripulação se lançaram para trás... chegaram a pedir até 50.000 pesetas da época! por ir com ele até Tarragona (uma pequena fortuna naqueles anos, nos quais um salário razoável era de 1.000 pesetas mensais). A ponto esteve Mario de desistir no projeto, até que seu amigo Fernando Romero, à sazón dirigente do Real Club Náutico de Vigo, resolveu o problema conseguindo convencer os citados bons marinheiros de Canido "Chuco" e Montenegro.

Mas os problemas para o intrépido padrão do Náutico não acabaram aqui, pois sua esposa estava muito preocupada com o risco da travessia até o Mediterrâneo... esta pega resolveu-se com a colaboração da Rádio Nacional de Espanha, que com os escassos meios dos anos, colocou-se à sua disposição para acompanhar a navegação... todos os problemas e as consequentes gestões demoraram muito a viagem até que, no final, com um mês de atraso sobre o plano inicial, em 21 de julho de 1959, a “Asunção” iniciava sua aventura.

Depois de uma saída em que estiveram muitos de seus amigos em barcos de acompanhamento, a dorna arrancava com força... mas uma encalmada frente à Ilha de Toralla dava ao traste com a velocidade inicial... daí até Baiona onde a chuva lhes recebeu... as primeiras milhas foram um calvario até o ponto que na zona de Cabo Silleiro a "Asunção" esteve praticamente dois dias fondeada... Depois vieram os portos de Leixóes, Aveiro, Cascais, Sines, Peniche e Lagos... e o Guadiana... com acidente incluído na onubense Playa das Antilhas e daí muito maltrechos até Cádiz onde llegávamos em 22 de agosto após algo mais de um mês de singladura.

Um furioso levante esperava aos vigueses em Cabo Trafalgar: a dúvida entrar em Conil ou em Barbate... no final fondearam 200 metros da praia... mas acabamos apesar de nossos esforços nela... pouco depois em nova tentativa veio o naufrágio de nossa dorna, que certifique na Ajudantía de Marina de Barbate... a aventura acabou em Cabo Trafalgar, retornando os dois marinheiros a Vigo por ferrovia, enquanto Mario o fazia via Sevilha a Santiago de Compostela em avião.

Eb la imagen de la izquierda el campamento en la playa onubense con Mario con graves problemas en su pierna iaquierda y en la fotografía de la derecha la dorna varada en la playa de Barbate

Na imagem da esquerda o acampamento na praia onubense com Mario com graves problemas em sua perna esquerda e na fotografia da direita a dorna varada na praia de Barbate

A lista dos que prestaram sua ajuda e financiamento a este projeto, todos eles parceiros do Real Club Náutico de Vigo foram: Fernando Romero, José María Massó, Laureano Solla, José Ramón Fontán e Juan del Río.

Nossos Parceiros