Se você manda em uma regata cria muitas classes e assim poderá ganhar uma

Nautica Digital Europe Opinião

Se você manda em uma regata cria muitas classes e assim poderá ganhar uma

É muito perigoso o que está acontecendo no mundo da vela pesada. São, pelo menos, preocupantes, as iniciativas que aplicam alguns líderes nos últimos anos, no que diz respeito aos desenhos das competições... algumas delas com tradição e prestígio. Em um passado não muito distante as regatas ganhavam um barco... como tem que ser. Com os anos os denominados «barcos de cruzeiro», com diferentes caretas como «crucero restrito», «crucero familiar», «crucero passeio»... começaram a aparecer por todo o lado e já não tão só pediam participar, mas exigiam prêmios nas mesmas condições que os «regata»...

Como eram maioria provocaram primeiro navegar sem as obrigatórias e imprescindíveis licenças federativas de esportistas alegando que eram muito caras????... não ter rating, apelando nesse caso ao «Handicap Nacional da França», ou al «Boga», ou al «Rating Ranc», ou mesmo o Channel Rating que tive a honra de inseri-lo neste país diante do mal-estar da RANC então com meu amigo Vallés de secretário-geral... O mau deste rating é que se você pediu um certificado aos ingleses tinha um valor e se o fizesse em França outro... um autêntico cachondeo. O mais curioso é que a muito crítica RANC pouco depois se fez com o circo, simplesmente para arrecadar.

Em todo caso, voltando ao princípio, na Espanha havia regatas «puras, puríssimas» como o Troféu Conde de Godó o Conde de Gondomar, a primeira do Náutico de Barcelona e a segunda do Clube de Yates de Baiona. Nos anos já haviam claudicado ante os cruzeiros, por exemplo a Semana Náutica do Porto que já tinha dois catavinos de ouro para os vencedores, e a Copa do Rei que começava inicialmente pelo livro... mas cairia logo na tentação cruzril.

A postura de Barcelona e Baiona era muito odioda pelos cruzamentos, que punham como exemplo o Rías Bajas... uma regata que diziam de cruzeiro. Por trás desta afirmação estavam umas guerras terríveis entre os navios de série por não permitir que os navios de regata antiquados entrassem... no final, todos queriam ganhar com a hipocrisia como bandeira. Em plena luta alguém rizou o riço: «Na classe cruzeiro nada de profissionais»... o problema era saber quem vivia da vela... realmente os que queriam ganhar como fosse o que queriam era impedir que outros ganhassem em seu lugar, e se citranito era por exemplo olímpico, com ele podia navegar, mas não com o defronte.

No final foi lentamente três vencedores absolutos: regata, cruzeiro-regata e cruzeiro... e até alguns personagens... criaram a "regata-crucero" e a "extra". Depois veio o que veio: todos são vencedores absolutos... após o movimento assembleia pertinente e a pressão dos carotas aos sofridos diretores. O assunto já escapou das mãos e até na Copa do Rei começaram a sair por doquier vencedores em classes diferentes, algumas com três navios inscritos!

O que está acontecendo é uma vergonha toreira, pois se a vela de tempos compensados já é difícil de entender para o grande público, não digamos com o que está acontecendo. É necessário que os jornais passem a ter manchetes de um metro e meio pelo menos, para poder refletir todos os vencedores. E isto redunda em mais participação?. Bem, salvo em Maiorca que façam o que façam têm o sucesso garantido, os dados são de catastrofe.

imaginam-se um titular de futebol que dissesse "Terminou a Copa do Rei"... ou o que gosta dos gorrones de troféus ou dos quais se inventam títulos porque realmente nunca ganharam nada de qualidade contrastada a nível internacional, «Real Madrid, Barcelona, Levante, Deportivo, Betis, Rayo Vallecano e Recreativo de Huelva vencedores da Copa do Rei»... tomariam-no a choteu... pois isso mesmo é a consideração que para o grande público tem esta vela cruzril... um motorista senhores.

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