
O Clúster Marítimo Espanhol anuncia que o setor náutico é o terceiro da economia nacional
O Clúster Marítimo Espanhol anuncia que o setor náutico é o terceiro da economia nacional
O presidente de honra do Clúster Marítimo Espanhol (CME), Frederico Esteve, destaca o importante papel do sector marítimo para a economia nacional, durante a sua intervenção na jornada “Novos desafios que o seguro marítimo enfrenta”, organizada por COMISMAR, um setor composto por diferentes subsectores inter-relacionados entre si, desde a Marinha até os portos, a pesca ou a construção naval. “Não podem ser considerados isolados estes subsectores, porque estão intimamente relacionados”, afirmou Esteve, para quem todos são importantes de forma independente, impondo na economia e produzindo efeitos diretos e indiretos, através da oferta de bens e serviços que servem à produção a cada um desses subsectores. De acordo com Frederico Esteve, também produzem efeitos induzidos, que são os rendimentos que percebem os empregados em cada um desses subsectores, que por sua vez revertem na economia nacional por meio do consumo. O presidente de honra do Clúster destacou a importância do sector no seu conjunto para a economia nacional, “com 461.000 empregos diretos, um valor acrescentado bruto de 27.000 milhões de euros, uma produção de 52.000 milhões e um peso sobre o valor acrescentado bruto nacional de 3,24%”, explicou. Se acrescentarmos os três efeitos acima descritos, não só o efeito directo sobre a economia, o impacto do sector do mar para a economia nacional traduz-se em “1.300.000 empregos, 68.000 milhões de euros de contribuição de valor acrescentado bruto, uma produção de 186.000 milhões e um peso sobre o valor acrescentado bruto nacional de 7,2%”, descreveu esteve, o que o coloca como o terceiro sector económico mais importante do país, “com um grande efeito multiplicador”, matiza, uma vez que “por cada euro de despesa gera 2,5 euros, e por cada emprego, 2,8 postos de trabalho”.
Antes de esboçar a importância do sector marítimo, Esteve felicitou a COMISMAR pela celebração desta jornada de portas abertas, bem como pelo trabalho que está desenvolvendo com o Clúster, integrando todo o mundo do seguro. Atualmente, as entidades seguradoras fazem parte do cluster como fornecedores que são de outros agentes, também membros do Clúster. Desta forma, e através dos grupos de trabalho do CME, colaboram entre todos em benefício do conjunto do sector marítimo.
A importância do CME
É precisamente esta a razão de ser do CME. Durante a sua intervenção, o presidente de honra do CME explicou a origem do Clúster, que arranca com a mudança na política comunitária sobre o mar em 2007. “Antes se tomavam decisões isoladas, mas pela inter-relação de cada subsector, as decisões sobre uns tinham consequências sobre os outros”, explicava Esteve. Foi a partir desse ano quando se apresenta o Livro Azul sobre política marítima integrada, “tendendo-se que era um erro contemplar cada subsector isoladamente”, pelo que muda a política europeia por uma integrada, contemplando qualquer decisão sobre um subsector o efeito no resto de subsectores envolvidos, “precisamente pela inter-relação dos mesmos”, esclarece o presidente. No entanto, na ausência de organismos que contemplem de forma integrada a política do mar, a União Europeia recomendou aos Estados-Membros que incentivassem a criação de clusters que integrassem todos os agentes do sector marítimo, e estes poderiam orientar-se em política sobre o mar. Desta forma nasceu o Clúster, bem como o seu homólogo europeu, que se encarrega de orientar a política comunitária.
Frederico Esteve explica que o cluster era a forma ideal de integrar todos os agentes do mar, precisamente pela natureza mesma do que é um cluster, permitindo a entrada a todo tipo de associações, entidades, empresas e instituições relacionadas ao mar.
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