
Copa do Rei de Clássicos: Spartan, Amorita, Mariska, Argos, Barlovento-Senda Azul Ouros
Copa do Rei de Clássicos: Spartan, Amorita, Mariska, Argos, Barlovento-Senda Azul Ouros

A competição constou finalmente de três provas, após a anulação da primeira jornada por falta de vento, e reuniu uma frota de 49 embarcações de 11 países, com unidades que abrangem desde meados do século XIX até finais do XX (Foto Nico Martínez)
O Spartan (1913), em Época Cangreja; o Amorita (1935), em Época Bermudiana; o Argos (1964), em Clássicos; o Mariska (1908), em Big Boats; e o Barlovento-Senda Azul, (1975), em Espírito de Tradição, são os vencedores da XXI Copa do Rei Repsol de Barcos de Época, disputada em águas de Menorca sob a organização do Clube Marítimo de Mahón.
Em Época Cangreja, o Spartan (1913) conseguiu seu quinto título na Copa do Rei Repsol, após os obtidos em 2016, 2022, 2023 e 2024. Projetado por Nathanael Herreshoff dentro da série NY60, impôs-se com clareza graças à sua maior eslora e superfície vélica, sem que Rowdy (1916) nem Chinook (1916).
Em Época Bermudiana (barcos anteriores a 1950 com aparelho triangular), o triunfo foi para o Amorita (1935), um sloop projetado por Nicholas S. Potter e patroneado por Cláudio Meali. Foi sua primeira vitória na Copa do Rei Repsol, relegando ao segundo posto ao Santana (1930), de Wendy Schmidt, que hoje só pôde ser quarto. A terceira praça da general foi para o Baruna (1938), patronado por Tony Morse, que se adjudicou a última manga.
A história na classe de barcos clássicos (desde 1950 até 1975) estava praticamente escrita de antemão. Faz sete edições que nenhuma embarcação consegue inquietar o Argos (1964), um Holman & Pye da armadora neoyorquina Bárbara Trilling. Vencedor desde 2018, parecia que nesta ocasião sua superioridade podia ser ameaçada, mas nem o Albacore (1966), de Luis Figueiredo, nem o Star Shaphire of London (1957), de Jakob Glatz.
A competição de Big Boats foi inevitavelmente desvirtuada após a retirada do Tuiga e da Lady Anne após a segunda jornada. Este último partia como grande favorito, após sua vitória do ano passado. O Mariska (1908), que confiava em medir-se com seus gêmeos, ficou sozinho, dado que o Cariad (1896), seu único rival em liza.
A luta mais intensa se viveu no Espírito de Tradição, onde o Barlovento-Senda Azul (1975), de Domingo de Torres, se adjudicou o triunfo na última manga e recuperou o liderato que perdeu após carregar com um quarto posto na jornada de ontem. O Fligth of Durgan (2007), de Stuart & Grylls, foi segundo, seguido do Happy Forever (2008), de Christian Oldendorff.

A Copa do Rei de Clássicos continua crescendo ano a ano, do bom fazer e da profissionalidade do Clube Náutico de Mahón (Foto Nico Martinez)
2025-08-29: Copa do Rei de Clássicos: Mariska, Spartan, Amorita e Argos se postulam ouros

A frota pôde completar uma jornada sem incidentes após a tempestade de quinta-feira. Três navios empatados a pontos serão jogados amanhã a vitória na classe Espírito de Tradição (Foto Nico Martínez)
Após a tempestade de ontem, que deixou fora de regata ao Tuiga (1909) e à Lady Anne (1912), dois dos navios com mais pedigrí da Copa do Rei Repsol de Barcos de Época, as águas menores voltaram à calma. Embora os restos do vento do norte permaneciam em forma de mar de fundo, o dia amanheceu ensolarado e com a atmosfera desprovida da umidade que nas duas jornadas anteriores havia gerado essa mistura de brisas fracas e possibilidade de chubascos locais tão difícil de gerenciar por parte da organização. O vento não foi todo o generoso que se esperava, mas suficiente para o bom desenvolvimento de uma regata costeira em demanda da Ilha do Ar e com chegada no interior da rada mahonesa. Os oito nós do sudoeste que marcava o anemômetro no momento da saída mantiveram-se inalteráveis durante a maior parte do percurso.
O Spartan (1913), desenhado por Nathanael Herreshoff a partir das especificações da fórmula NY60, foi o primeiro em asomar seu colosal aparelho de cangreja pela bocana do porto de Mahón após percorrer as 21,5 milhas náuticas do percurso em três horas e quinze minutos. A embarcação patroneada por Aladin Montel navegou na vanguarda da frota e com vento limpo nas duas mangas disputadas até hoje e é já segura vencedora da XXI Copa do Rei Repsol de Barcos de Época na classe Época Cangreja (barcos anteriores a 1950 com aparelho trapezoidal). A tripulação do Rowdy (1916), o NY 40 da armadora Dona Dyer, também tem motivos para estar muito satisfeita. As duas regatas desta edição, na falta do teste de amanhã, demonstraram que, após uma concienzuda posta a ponto este inverno passado na sua base do Real Club Náutico de Palma, navega com certa holgura na proa de seu gêmeo, o Chinook (1916), com o qual mantém uma saudável rivalidade.
O Amorita é um belo desenho de Nicholas S. Potter, que foi lançado em 1937 e que revive seus melhores anos da mão de seu atual armador, Cláudio Meali. Como acontece com o Spartan, sua vitória está praticamente assegurada graças a duas vitórias muito claras na classe Época Bermudiana (barcos anteriores a 1950 com aparelho triangular). Hoje ele tirou quase quatro minutos em tempo compensando seu máximo rival, o Santana (1935), uma das grandes atrações desta Copa do Rei Repsol em atenção à sua convulsa história, à sua impecável restauração e, acima de tudo, ao fato de ter pertencedo a Humphrey Bogart, que chegou a considerá-lo seu “santuário” pessoal. O Sonny, de 1935, projetado por Sparkman & Stephens e armado pelo empresário Harold Goddijn, ocupa a terceira posição da generalidade.
Bárbara Trilling e sua tripulação do Argos (1964) colocou proa a que será, quase com total segurança, sua oitava vitória na Copa do Rei Repsol. Nem o Mowgly (1965), segundo na general, nem o Albacore (1966), terceiro, conseguiram superar um dos equipamentos mais laureados da regata organizada pelo Clube Marítimo de Mahón. A embarcação líder, que navega com a grímpola do New York Yacht Club, não é a mais rápida da frota de Clássicos (barcos entre 1950 e 1975), mas sim a que melhor defende sua classificação. Hoje investiu quatro horas e vinte e vinte minutos em completar o percurso, frente às três horas e quarenta e sete minutos do Albacore, mas acabou se impondo por um minuto após a correção de tempos.
No Espírito de tradição houve mudança de líder. O Flight of Durgan, de Stuart/Grylls, quarto na regata inaugural, emergiu hoje até a primeira praça, relegando ao Barlovento-Senda Azul, do armador Domingo Torres, e ao Happy Forever, de Christian Oldendorff, à segunda e terceira praça, respectivamente. Os três barcos estão empatados a cinco pontos e amanhã jogarão a vitória em sua classe a uma carta. A ordem provisória decide, de momento, o resultado da última manga, embora, para efeitos práticos, se possa dizer que os três são líderes à espera da batalha decisiva.
Em Big Boats, após as retiradas por avaria de Tuiga e Lady Anne, o Mariska (1908) não teve rival no Cariad (1896), uma embarcação que, apesar de sua maior eslora, não reúne as condições para plantar face a um FI15 projetado exclusivamente para a competição.
https://www.velaclasicamenorca.com/resultados.php?ln=sp
2025-08-28: Copa do Rei de Clássicos: ventos de mais de 50 nós no segundo ato

Um chubasco com ventos de 53 nós protagoniza a segunda jornada da Copa do Rei Repsol
A segunda jornada da Copa do Rei Repsol de Barcos de Época ofereceu um contraste tão belo quanto dramático. A frota, ansiosa por competir após a suspensão da jornada anterior, enfrentou um passeio curto mas intenso com saída e chegada no porto natural de Maó, um dos cenários mais espetaculares do Mediterrâneo. Sob um céu coberto e pesado, as 49 embarcações clássicas e de época lançaram suas velas rumo à bocana da rada, oferecendo uma estampa poucas vezes vista nas duas décadas de história da regata.
Mas essa calma tensa e carregada de eletricidade não era um simples pano de fundo. Quando parte da frota já havia cruzado a linha de chegada e se encontrava a salvo em seu amarre, um chubasco descargou com violência nas imediações de Punta Prima. A chuva torrencial e as rachas de vento surpreenderam os Big Boats em plena singladura, batendo com dureza. Os navios de maior eslora haviam tomado a saída em último lugar e sua visita incluía deixar a Ilha do Ar por estribor, de modo que se encontravam fora da proteção do porto quando a tempestade atingiu sua maior intensidade.
O FI15 Tuiga (1909), navio insígnia do Yacht Club de Mónaco, sofreu a desarboladura de seu aparejo trapezoidal, enquanto o Lady Anne (1912), da mesma classe, rompeu o botalon e a cruzta de estribor. A Copa do Rei Repsol de Barcos de Época terminou para ambas as embarcações. A notícia positiva é que os incidentes se saldaram sem danos pessoais. Diante desta situação, o Comitê de Regatas optou por suspender a competição dos Big Boats e aplicar uma reparação aos barcos das demais classes que não haviam cruzado a linha de chegada e que foram afetados pela entrada da frente.
O Mariska (1908) e o Cariad (1896), os outros dois Big Boats em liza, saíram praticamente indemnes do chubasco, embora também os alcançou de pleno. Jean-Michel Rouve, chefe de tripulação do Cariad, explicou que a equipe era consciente de que talvez eu ia tocar capear a tempestade: "Nós sabiamos que a parte era complicada porque tínhamos o aviso oficial, mas a força do vento foi superior à prevista", afirmou Rouve, que acrescentou: "Nós nos encontramos com um pico de 53 nós chegando à Ilha do Ar. Passamos momentos bastante duros, que superámos graças a que temos uma tripulação que escuta e sabe manter a calma”.
Na vertente puramente esportiva, o Spartan (1913) se impôs na categoria Época Cangreja (barcos anteriores a 1950 com aparelho trapezoidal). Depois dele entrou o Rowdy (1916), da armadora Dona Dyer, que conseguiu bater no seu gêmeo Chinook (1916) no particular duelo dos NY40 projetados por Herreshoff. Entre os Época Bermudiana (anteriores a 1950 com aparelho triangular) brillou o Amorita (1937), de Cláudio Mealli, que cruzou a meta pela frente do Santana (1936), navio que pertenceu ao ator Humphrey Bogart e que patronea Wendy Smith, e do Baruna (1938), de Tony Morse.
Em Clássicos, o triunfo foi para o Argos (1964), de Bárbara Trilling, um dos navios mais laureados da história da Copa do Rei Repsol, que se impôs ao Mowgly (1965), de Patrick Harris, e ao Clarionet (1966), armado por Andrey Harvey. Por sua vez, em Espírito de Tradição dominou o Barlovento (1975), com Pachi Rivero à cana, que liderou pela frente do Celeste di Mare (1971), patroneado por Félix Comas, e do Happy Forever (2008), de Christian Oldendorff.
https://www.velaclasicamenorca.com/resultados.php?ln=sp
2025-08-27 A falta de vento fustra o primeiro ato de uma grande Copa do Rei Clássicos

A regata do Clube Marítimo de Mahón reúne meio centena de embarcações clássicas e de época em uma de suas edições mais movimentadas dos últimos anos
A vigésimo primeira edição da Copa do Rei Repsol de Barcos de Época, teve um começo indesejado pela falta de vento, que não permitiu o funcionamento dos resultados deste grande evento que era apresentado oficialmente no Clube Marítimo de Mahón, que voltará a converter a ilha de Menorca no epicentro da vela clássica internacional.
A regata, totalmente consolidada no calendário de grandes competições de vela vintage, reúne desde hoje até 30 de agosto a 49 barcos jóia históricos e clássicas procedentes de 11 países, com um programa de quatro jornadas de competições no mar e uma intensa agenda social em terra.
A regata reunirá lendas autênticas do mar que representam diferentes etapas da história da vela. Entre as classes presentes destacam-se os Big Boats (4 barcos de mais de 23 metros de eslora), os Época Cangreja (7 barcos botados antes de 1949 com aparejo trapezoidal), os Época Bermudiana (12 barcos botados antes de 1949 com aparejo bermudiano), os Clássicos (13 unidades construídas antes de 1975 em madeira ou metal) e a categoria Espírito de Tradição (13 barcos que, apesar de incorporar técnicas modernas, mantêm o design clássico).
A participação internacional é outro dos grandes atrativos da presente edição. Estarão representados armadores e tripulações da Alemanha, Mónaco, Reino Unido, Estados Unidos, Irlanda, Países Baixos, Itália, Finlândia, Portugal, França e Espanha.
© 2024 Nautica Digital Europe - www.nauticadigital.eu