A entidade leonesa capta atletas galegos com uma licença reduzida em custo e limitada em suas ações de promoção... a Federação de águas interiores estaria descumprindo seus objetivos tipificados na Lei do Esporte vigente em Espanha.

A Real Federação Galega de Vela interpostou, perante o Comitê de Disciplina Desportiva da Real Federação Espanhola de Vela, uma denúncia contra a Federação de Vela de Castela e Leão por “mala práxis”, no descumprimento do Regulamento Nacional de Licenças e maquiagem, que ao seu modo de interpretação do referido regulamento faz a demandada com o objeto de ganhar afiliados pelos que percebe maior número de subsídios.

A entidade galega alega que a leonesa está captando atletas galegos devido ao menor custo de sua licença esportiva, apenas por uma questão econômica, pois a localização geográfica da demandada limita as ações e eventos promocionais deste esporte, apenas destinada à vela leve, já que a prática da vela pesada ou de Cruzeiro é totalmente impossível ao se encontrar seu principal clube associado, o Náutico de Leão, nas águas interiores do embalse do Pantano de Luna.

Após exaussões, a Gallega aprovou, em Junta Directiva realizada na passada terça-feira, 21 de janeiro, a interposição dessa denúncia perante o que consideram um “delito grave”, que atenta contra os objetivos de uma federação autonômica segundo a Lei do Desporto, que se baseiam na promoção e desenvolvimento do esporte no seu território e um incumprimento do artigo 11.5 do Regulamento de Licenças da Real Federação Espanhola de Vela onde fica refletido que “as licenças devem ser emitidas pela Federação autonômica onde o clube tenha sua sede social, bem como o desportista, técnico, juiz, armador ou dirigente esteja empadronado ou possa demonstrar que possui a vinculação direta com a prática da vela”, pois precisamente, boa parte daqueles que a solicitaram pela Federação de Castela e Leão, nem estão empadronados nem têm nenhuma vinculação direta com a prática do esporte nessa comunidade.

Em clara fraude da mencionada norma, a Federação de Vela de Castela e Leão, com o objeto de soslayar a falta de empadronamento e a vinculação direta do esportista com a prática da vela nessa comunidade autônoma, em connivencia com o Club Náutico de Vela de León, concede o título de "socio esportivo" do citado clube náutico, a quantos atletas expidem sua licença por sua federação, pretendendo maquillar dessa maneira o cumprimento com o mencionado artigo 11.5 do Regulamento de Licenças da RFEV e mal informar os atletas de que a emissão de sua licença é correta, mesmo que esses não tenham vinculação alguma com o esporte da vela na Comunidade Autónoma, com o fim de obter a cobrança correspondente.

Além disso, como consequência de tudo isso, a emissão de licenças a atletas alheios à comunidade autônoma de Castela e Leão e a posterior inclusão desses nos censos eleitorais da federação permite que pessoas que não têm nenhuma vinculação com a atividade esportiva nessa comunidade participem nas eleições federativas. Este comportamento, além de violar os princípios estabelecidos no Regulamento de Licenças, levanta sérios indícios de fraude eleitoral, pois pessoas que não praticam a vela em Castela e Leão poderiam influenciar os resultados eleitorais da federação.

Em outra ordem de coisas, o financiamento da Federações Autonómicas, por parte das diferentes ministérios, estão sempre vinculadas ao número de licenças esportivas que cada Federação tem, bem como as de suas atividades de promoção, que no caso da de Castela e Leão estão maquiadas e não existem, sendo uma porcentagem grande de federados atletas de outras comunidades, que não possuem nenhuma vinculação com a vela em Castela e Leão.

Por tudo isso, a Real Federação Galega de Vela solicita ao Comitê de Disciplina da Real Federação Espanhola de Vela que inicie procedimento interdisciplinar contra a Federação de Castela e Leão.