
Adeus a Chema Benavides, um histórico da vela espanhola
Adeus a Chema Benavides, um histórico da vela espanhola

Referente no mundo da vela como regatista, como organizador e como pessoa, nos deixou Chema Benavides, olímpico nos Jogos de Montreal e Moscou
Já nos deixou José María Benavides, o Velas, em San Sebastián aos 79 anos recém-chegados. Nasceu em Elgóibar em 7 de janeiro de 1945... iniciou-se no esporte em San Sebastián e em 1962 fundava a seção de vela no Clube de Remo Ur-Kirolak.
Foi sempre um dos referentes como regatista, como organizador e como pessoa. Chema Benavides foi da primeira geração da Escola Nacional de Vela, que fabricou Miquel Company em Palamós. Nela começaram alguns jovens vindos de todos os cantos da Espanha como Toño Gorostegui - que se tornaria depois em sua cunhada quando se casou com Keka -, Alejandro Abascal, Joaquín Blanco, Josele Doreste... uma geração de ouro, da qual o Velas foi também um dos destacados, ganhando os Jogos do Mediterrâneo de 1975, sendo onze vezes campeão de Espanha em diferentes classes e participando nos Jogos Olímpicos de Montreal 76 junto a Jane Abascal e Moscou 80 com Toño Gorostegui.
Naqueles anos 70 em Palamós todo o mundo fazia de todo, de regatista, de comitê...e o Velas era o primeiro. Foi, junto a Paul Maes, um dos pais da Christmas Race, criando do nada uma regata que está às portas de cumprir meio século.
Ainda sendo olímpico em ativo, nunca participou do Christmas como regatista, mas como diretor e comitê de regatas. Era tão generoso que organizava o Christmas para que a desfrutaram outros.
Nos anos 80 decidiu deixar a competição e passou a ser técnico da Escola Nacional de Vela de Palamós. Ali cresceu sua filha Mar, hoje uma destacada e reconhecida oceanógrafa.
Nesta década dourada para a vela espanhola, foi treinador em Los Angeles 84 de Luis Doreste e Roberto Molina, que se pendurariam o ouro olímpico.
Nos anos 90 recalou como diretor da equipe olímpica de Portugal até o ano 2000, em que Hugo Rocha e Nuno Barreto, conseguiam o bronze olímpico em 470 em Atlanta 96.
Já neste século XXI, em 2001 voltou à Real Federação Espanhola de Vela como diretor de preparação olímpica, onde conseguiu em Atenas 2004 três medalhas: Ouro de Iker Martínez e Xabi Fernández em 49er e prata de Natàlia Via-Dufresne e Sandra Azón em 470 e Rafa Trujillo em Finn.
Em 2007 deixou a federação e Andor Serra o incorporou à Fundació Navegació Oceànica Barcelona (FNOB) para ser o diretor da primeira edição da Barcelona World Race.
Também teve sua faceta de divulgador, foi o autor do livro ‘Metodologia do entrenamendo de Vela’ e coautor junto a Luis Jiménez de Abeasturi e Juan Pardo do livro ‘Nos grandes bancos de Terranova’.
O de Barcelona foi o último trabalho de José María Benavides, que a partir daí decidiu desaparecer da primeira linha e da vida pública e se refletiu em sua Guipuzcoa natal, onde passou seus últimos anos, até que esta sexta-feira dia 8 de março de 2024 nos disse definitivamente adeus.
Descansa em paz, Velas!
Jaume Soler
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