
Salvemos o Náutico de Palma, o unânime grito da náutica espanhola
Salvemos o Náutico de Palma, o unânime grito da náutica espanhola

Toda a náutica espanhola está codo com o Real Club Náutico de Palma
A náutica esportiva de Baleares, espoleada pela situação de incerteza do Real Club Náutico de Palma (RCNP), clamou hoje em defesa do esporte e contra a gentrificação dos portos. Cerca de 2.000 pessoas, em sua maioria atletas, participaram da manifestação convocada pelo RCNP ao grito de "Salvem é clube". A resposta à concentração superou com cresces as expectativas da organização. Emerico Fuster, presidente do RCNP, chamou o protesto“histórica e demonstrativa do reconhecimento social ao trabalho que realizam os clubes náuticos”, e agradeceu“a participação massiva de parceiros, regatistas, piragüistas e cidadãos”.
A manifestação iniciava-se às onze da manhã e concluiu cerca de uma hora mais tarde na sede da Autoridade Portuária de Baleares (APB), onde se instalaram mais de uma centena de embarcações de vela leve e piraguas, e foram exibidas faixas com o lema “Salvemos o RCNP”.
Os atletas Albert Torres, membro da equipe pré-olímpico espanhol de vela e vice-campeão mundial, e Cristina Graneri, três vezes campeona de Espanha de piragüismo, procederam, diante da multidão concentrada, à leitura de um manifesto exigindo maior sensibilidade pelo trabalho do clube e reclamando a conservação do espaço onde atualmente realiza sua atividade esportiva.
“Os regatistas e piragüistas do Real Club Náutico de Palma queremos continuar passeando com orgulho o nome de nossa cidade por todo o mundo, e fazê-lo enarbolando o gallardete da entidade histórica onde dimos nossos primeiros bordos e paladas. Queremos nos projetar para o futuro sem esquecer de onde viemos. Para isso, precisamos de duas coisas: por um lado, respeito e reconhecimento à intacável trajetória daqueles que nos precederam; e por outro, um espaço em condições onde poder realizar nossa atividade. Os clubes náuticos são a porta de acesso ao mar, e o mar é o nosso terreno de jogo. Não nos retirem”, afirmaram Torres e Graneri em nome de seus companheiros atletas no qual, sem dúvida, foi o momento mais emotivo da concentração.
O manifesto, uma cópia do qual foi entregue em mão por Emerico Fuster ao presidente da APB, Jaume Colom, reclama também um“reconhecimento legal explícito”ao trabalho social e desportivo do Real Club Náutico de Palma e, por extensão, à de todos os outros clubes que esta manhã se concentraram com suas equipes esportivas.
“Esta manifestação não é apenas do e pelo Real Club Náutico de Palma; o é a favor da náutica social, do esporte e do direito de acesso ao mar de todos os cidadãos”, assinala o documento, que centra a reivindicação em dois pontos:“Precisamos de duas coisas: por um lado, respeito e reconhecimento à intacável trajetória dos que nos precederam; e por outro, um espaço em condições onde poder realizar nossa atividade. Os clubes náuticos são a porta de acesso ao mar, e o mar é o nosso terreno de jogo. Não nos retirem”.
Manuel Fraga, diretor do RCNP, reconheceu se sentir esmagado pelo sucesso da manifestação e solidariedade do resto de clubes.“Nós sabiamos que podíamos reunir muita gente, mas isso foi incrível. Eles vieram representantes de muitos outros clubes náuticos a nos dar seu apoio, mesmo de fora de Maiorca. E aqueles que não puderam partilhar mensagens de solidariedade nas suas redes sociais. Foram claras duas coisas: a primeira é que a náutica é uma grande família, com uma enorme massa crítica capaz de se mobilizar, e a segunda, por se cabia alguma dúvida, é que o Real Club Náutico de Palma é uma instituição que faz parte do patrimônio da cidade e que os mallorquines sentem como própria”.
Emerico Fuster confia que o protesto sirva para“Abrir os olhos”da classe política e dos representantes da Autoridade Portuária de Baleares. Neste sentido, foi referida uma parte concreta do manifesto:“É hora de passar das palavras aos fatos, e das declarações políticas bemintencionadas à adoção de medidas que garantam a sobrevivência dos clubes náuticos espanhóis mediante a reserva de espaços portuários destinados ao esporte”.
Jaume de Soler, jornalista náutico
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