
Ele deixou-nos "Rufo" Rafael Arbaiza o grande capitão do porto do mar
Ele deixou-nos "Rufo" Rafael Arbaiza o grande capitão do porto do mar

Se houver um céu, certamente Rufo estará lá... onde lhe haverá um abraço enorme Josemanu, Tacos, Olávarri, seu primo Churruca e tantos outros que nos deixaram muito de seguido... sem capacidade para assumir razoavelmente... as pessoas boas do mar, que conseguiu e o segue fazendo com as novas gerações que esta entidade seja a catedral da vela espanhola... como é do futebol seu clube irmão, o Athletic
Ele foi navegar para sempre Rafa Arbaiza, um dos históricos do Real Club Marítimo do Abra-Real Sporting Club, um grande capitão de porto, um excelente navegante e sobretudo um trantável amigo.
Não pôde assistir com muita pena na sexta-feira passada à inauguração, em um banco no porto do mar, de uma placa em homenagem ao seu primo, o também falecido recentemente Jorge Churruca, como ele, outra pessoa que amava o mar.
Cada vez que "Rufo" Rafa Arbaiza falava do seu Clube, das regatas, de companheiros de mil aventuras, demonstrava sua enorme paixão pelo mar. Surgiam muitos nomes de tripulantes históricos, de navios que permaneciam em sua memória privilegiada, depois de ser testemunha de inúmeras regatas de décadas passadas.
O falecido ex Comodoro e ex Capitão de Porto do Real Club Marítimo do Abra-Real Sporting Club é para sempre uma parte importante da história desta instituição de Las Arenas. Deixe uma lembrança excelente em todos os que o conheceram.
Dizia que aprendeu a nadar porque um dia esteve prestes a afogar-se e que navegava quase desde que lhe deram. No velho ‘Aitona’. “Quase toda a minha vida a passei entre o embarcadouro e a minha casa. E quando se podia vir ao marinheiro, aqui estava”, lembrava-se de uma das suas últimas entrevistas. Solia ir de proel, de foquero, com o citado Jorge Churruca, com Juan Olábarri, com Afonso Chapa...
Começou com o ‘Vikingo’, em 1960, com o qual saía a dar passeios pelo Abra. Com essa embarcação 'Rufo' ganhou o I Troféu Eskarra com Paco Crooke, Álvaro 'o Doutor' Bernar e Javier Cerero 'Pituso', naquela época em que se navegava com hierargem de lana, pantalon de pana e botas de poço. Também lembrava que costumava navegar no ‘Paloma VI’, “que era de Luis Vallejo, Luis Zubiría e Tomás Zubiria, todos bons amigos meus”, enumerava com uma retentiva incrível. Até seus últimos dias falava do 'Zul' do Conde de Zubiría, do 'Gota-Mar' de Juan Manuel Alonso-Allende, do 'Lar', do 'Cantarepe' do 'Mizar', do 'Carmen', do 'Lucas'...
Adorava o seu Clube: “A nível sentimental, o Clube tem sido e é magnífico. Todo o meu ambiente, de qualquer época, fomos pessoas de viver muito este Clube. Minha casa esteve muito perto. Entrei com 18 anos, no ano 1955. Também me fiz sócio do Sporting porque iam meus amigos Álvaro Bernar, ‘Pituso’, os gêmeos Real de Asúa, Luis Vallejo, o tio mais duro que vi a bordo”, dizia. Entrou na Junta Directiva com Jorge Churruca, que o fez comodoro após substituir Asensio Martínez Asúa. Ao longo dos anos, sendo presidente Juan Luis Wicke, nomearam-lhe capitão do Porto, numa capitania que estava localizada onde agora está a Escola de Vela José Luis de Ugarte. “Rufo” foi um dos precursores da massa e conhecida Regata do Gallo, assim como jurado de muitas regatas das que desfrutava com quantidade de anedotas. A bonhomía de Don Rafael Arbaiza, que também foi um grande jogador de hóquei sobre patins e de bilhar na modalidade ‘Chapó’ está presente em cada espaço do seu Clube, a onde acudia ultimamente para cultivar essas amizades imperecederas. Sempre falando do mar, esse lugar onde se sentiu tão a gosto.
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