
Trabalho do técnico castelhano-manchego Afonso Tertre sobre o ensino do Windsurf
Trabalho do técnico castelhano-manchego Afonso Tertre sobre o ensino do Windsurf

O sistema de reboque autônomo foi ideado pelos irmãos David e Afonso Tertre, durante os anos 90 em águas de L ́Estartit (Girona) como método para facilitar que os alunos de windsurf, pudessem passar a rompiente e levantar a vela com a driza quando já não havia risco de que uma onda tirasse ao windsurfista da tabela (Fotos Surf3
O ensino do esporte do windsurf passou por diferentes etapas desde que foi inventado como esporte e popularizou-se na década de 70.
No início, foram os simuladores em terra que eram o primeiro símbolo de quando em uma praia havia uma escola de windsurf. Posteriormente, a maior parte dos exercícios foi realizada na água e, sem dúvida, os avanços nos materiais, nas tabelas e nos aparelhos, foram tornando mais acessível sua aprendizagem.
Falar do ensino do windsurf é falar do ensino de um esporte difícil em relação ao contexto e ao ambiente de aprendizagem e à variação das condições de vento e mar.
Entre os avanços na metodologia e os recursos que podem ser utilizados para facilitar o aprender a navegar em tabela a vela, cabe destacar o sistema ideado há anos pela escola de Windsurf Surf3. O sistema foi inicialmente chamado de “cabo de reboque autônomo” e sua função era facilitar o arrasto de uma tabela de windsurfe e seu aparelho pelo mesmo aluno de um curso durante as práticas e os exercícios de navegação.
Passados alguns anos, é agora, quando a Escola Municipal de Vela de Alocén, no embalse de Entrepeñas (Guadalajara), gerida pelo Club Deportivo Orillas de Alocén, utiliza em todos os seus cursos de iniciação ao windsurf, este importante recurso material e pedagógico.
Posteriormente, este sistema de reboque foi utilizado pela escola de Windsurf Surf3 nas escolas em que a profundidade da água impedia que um aluno/a de um curso, voltasse a barlovento ao ponto de partida de um exercício caminhando e arrastando sua tabela e aparelho.
Assim, o sistema foi melhorando, para permitir que os alunos/as que, nos primeiros dias dos cursos, perdiam barlovento, pudessem retornar por seus meios sem necessidade de uso de uma motora ou pretender que voltassem nadando com as velas nas popas de suas tabelas.
O sistema de reboque autónomo é, sem dúvida, um dos melhores recursos para ser utilizado durante um curso de windsurf e além de aproveitar mais o tempo de classe evita que os monitores estejam continuamente pendentes do reboque pela água das tabelas com uma motora.
Basicamente, o sistema de reboque autônomo consiste na instalação de um cabo grosso, mas não abrasivo, de um ponto na margem até um ponto a barlovento onde realmente vai começar um exercício ou uma tarefa de classe.
O aluno, sentado ou de pé sobre sua tabela de windsurf, vai puxando e largando um cabo que lhe permite "ganar barlovento" e gerar um espaço de água em que aprender a levantar o aparelho, girar e orientar a tabela ou começar a navegar através.
Os alunos, no início de um curso, costumam perder barlovento e derivar, pelo que o mais complicado nos primeiros dias de um curso é conseguir novamente que se situem a barlovento para iniciar uma nova tarefa ou exercício.
Os cabos devem ser fixados a um fundo ou margens e sinalizados com boias e ao mesmo tempo evitar utilizar cabos que flotem, pois seria um perigo para a navegação de outras embarcações.
O sistema é fácil de instalar em praias ou em águas interiores e só é necessário pelo menos um cabo de cerca de 50 ou 60 metros ou mais e um ou dois fondeos.
O sucesso na progressão da aprendizagem é notável e, além disso, permite aos alunos/as de um curso, conhecer melhor, trocar conhecimentos e ter alguns minutos de tranquilidade enquanto estão tirando do cabo para voltar a iniciar novamente um exercício.
Além disso, para os monitores de windsurf é um recurso que faz com que as aulas sejam muito mais motivadoras e facilita que o aluno progressista muito mais rápido ao se aproveitar mais o tempo de aula.
Nos cursos de formação de técnicos esportivos que lecionou a Federação de Vela de Castela a Mancha durante o período transitório, e atualmente, nos cursos federativos de monitores auxiliares de windsurf, os futuros monitores, aprendem a instalar e utilizar este sistema de reboque autônomo como um sistema inovador e de vanguarda no ensino do windsurf.
Para o clube esportivo Orillas de Alocén, onde, podem receber aulas de windsurf e outros esportes náuticos desde o mês de abril a outubro de cada ano, este recurso do “sistema de reboque autônomo” é sem dúvida uma parte importante do sucesso de seus ensinamentos.
Parabéns à federação de Vela de CLM e ao clube esportivo Orillas de Alocén (Guadalajara) pelo esforço em oferecer um ensino de qualidade e com futuro no esporte do windsurf.
Agradecimentos pela informação e imagens a:
Club Deportivo Orillas de Alocén.https://cluborillasdealocen.com/
Federação de Vela de Castela a Mancha:https://fvclm.es/
Empresa Surf3 S.L.https://surf3.es/
Afonso Tertre
Licenciado em Educação Física. Técnico em aparelho livre.
Federação de Vela de Castela a Mancha.
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