O Almirante da Vela de Espanha: Marcial Sánchez Barcaiztegui

2016 05 13 Marinha Marina
El Almirante en su despacho de la Comisión Naval de Regatas (Foto Armada Española)

O Almirante no seu gabinete da Comissão Naval de Regatas de Baleares (Foto Armada Espanhola)

Marcial Sánchez Barcaiztegui, Almirante da Armada Espanhola, é um personagem imprescindível para compreender a evolução da Vela de Espanha nas últimas décadas, e as relações institucionais entre as Marinhas de Guerra e a Desportiva em muitos anos de nossa história. Descendente de marinheiros ilustres, a sua formação sólida e uma vocação marinera indiscutível, unia sua grande humanidade, unia o saber-se ganhar a todos e ser alguém indiscutível e querido, lá onde se encontrasse. Sempre atento a todos os avatares do nosso mundo, sempre disposto a colaborar quem fosse, é o que se diz um homem sábio e de grande bondade. É sem dúvida para a noite dos tempos, o Almirante da Vela de Espanha.

Marcial en el Puerto Deportivo Juan Carlos I de Sanxenxo, como miembro de la Cofradía Europea de la Vela.

Marcial no Porto Juan Carlos I de Sanxenxo, nomeado membro da Cofradia Europeia da Vela, com colegas da cofradia e seu presidente Francisco Quiroga.

Sua vida esteve permanentemente ligada ao mar, à vela e à Marinha. Todo seu tempo até que faleceu aos 92 anos, dedicou-se à sua Espanha e ao seu mar. Todo mundo queria estar ao seu lado, todos queriam que Marcial asistisse a seus regatas. A decisão e pundonor deste Almirante, foi espetacular e graças ao seu trabalho, alcançaram-se objetivos como o que Espanha através de sua Marinha ofreciese uma imagem no exterior de umas Forças Armadas modernas e democráticas ao serviço da Pátria sob o manto de uma Monarquia Constitucional,..., o que conseguiu com o apoio de Don Juan Carlos e do então Presidente do Governo de Espanha, Felipe González foi algo em linha com as Armadas mais modernas do mundo: que Espanha tivesse seu navio de alta competição e que seus marinheiros de guerra, competissem em regatas com outros países mais avançados e com maior experiência democrática. A Espanha naquele momento faltava uma nova imagem, e o "Hispania" conseguiu da mão do Almirante,... foi um investimento ridículo para a grande campanha que fizemos nos pontos que realmente nos interessava.

La gran obra del Almirante, el Hispania.

A grande obra do Almirante, o Hispânia.

Marcial nasceu em Ferrol, na Galiza. Grande parte de sua vida (40 anos) os passou em Maiorca, em seu haver amén da colocação em valor das Comissões Navales da Armada, o inculcar a vela como esporte dentro da Marinha Espanhola. A classe snipe foi sua primeira bandeira, naqueles anos em que outro galego o Dr.Ruiz o introduza em nosso país através do Real Club Náutico de Vigo, e que o poderio da classe estivesse primeiro nas mãos da inesquecível casal do Real Club Marítimo do Abra (João Manuel Alonso Allende e Gabriel Laiseca "El Chino" e depois do grande, do enorme Félix Gancedo, com outros "gallitos" como Fernando Massó e Cholo Armada.

Marcial Sánchez Barcaiztegui a la caña (Foto Armada Española)

Marcial Sánchez Barcaiztegui à cana (Foto Armada Espanhola)

A saga dos "Sirius" e dos "Aifos" estão unidas ao Almirante. O «Aifos» um quarter ton desenhado por Pepín González, foi o primeiro navio que a Marinha colocou à disposição do hoje Rei da Espanha, para competir na Quarter Ton Cup maior de suas últimas edições: a que organizou o Monte Real Club de Yates de Baiona em 1990. O que menos pessoas sabem é que disponibilizou outro quarto de tonelada, o "Mogor" para participar neste evento uma tripulação mandada por uma caballera aluna da Escola Naval Militar,... foi a primeira vez que a Marinha apresentou uma tripulação feminina numa competição. A estela do Almirante será lembrada por muitos anos.

Texto: Manuel Pedro Seoane