
O dia depois concluiu o ciclo Mar de Maeloc 2019-2021
O dia depois concluiu o ciclo Mar de Maeloc 2019-2021

Fin de la Rias Baixas e com ela das Regatas Mar de Maeloc 2019-22... nas que curiosamente Óleos Abril conseguiu as três vitórias nas Maeloc Rías Baixas (Foto Pedro Seoane)
Há agora três anos, através da empresa náutica Wor60 Espanha, a marca da Corporação Filhos de Rivera... Maeloc, punha seu nome a um projeto ilusionante para a vela do Atlântico Ibérico em geral, e para Galiza e o Cantábrico em particular.
Ao projeto inicial foram convidados o Real Club Náutico de La Coruña, o Real Club Náutico de Vigo e o Monte Real Club de Yates de Baiona. O ato de apresentação oficial do grande projeto tinha por lugar o salão principal do clube herculino, uma apresentação em que se fez ver que se tratava de uma colocação em cena novedosa; na qual o patrocinador se comprometia por um período de três anos... depois deste período se abriria o turno para uma madura reflexão, estudando a conveniência de seguir, de não seguir ou de mudar os parâmetros... ou dizer que os resultados marcariam o futuro, como é lógico e razoável neste tipo de iniciativas de patrocínio esportivo.
É claro que o desenho era ambicioso, muito inovador e ao mesmo tempo conservador... por isso optou-se por basear-se nas três regatas mais tradicionais da Galiza, com a vista colocada no Marítimo do Abra de Vizcaya a curto prazo... ou seja na Regata Rías Altas, a Regata Rías Baixas e na desaparecida em combate desde o início do século: o Troféu Finisterre.

Seoane
A Corporação Filhos de Rivera no referente à Galiza, tem muito claro que o grupo é por definição galega... por isso o conceito fundacional de Mar de Maeloc, com Galiza Norte e Galiza Sul náuticamente falando lhe sedujo em certo modo... desde o primeiro momento.
O planoning de eventos salvo a potência consolidada do Rías Baixas, tinha eventos interessantes, a par que problemáticos... caso da Finisterre que levava no baúl das lembranças bastantes anos ou as Rías Altas, que embora tivesse em seu histórico algumas edições aceitáveis, certo é que a participação era seu ponto fraco, como norma geral.
Na quinta-feira, 11 de julho começava o Mar de Maeloc Rías Altas com portos sede em La Coruña, Malpica, Sada e Cedeira. O número de navios ilusionistas com 15 navios que pareciam muitos, diante dos números muito baixos do passado. Chegou a Finisterre que teve final em Baiona e como sobremesa as Rías Baixas que não falhou... levando-se que no final participassem 80 barcos com cerca de 600 tripulalantes a bordo. O sucesso esportivo acompanhou um grande volume de comunicação... por isso todos felizes.
Chegamos a fevereiro de 2020 quando, em plena organização da segunda edição, a ideia de se colocar como prévio ao Circuíto, uma Regata Getxo-La Coruña... mas, no início de março, chegam as piores notícias... chega o confinamento obrigado pelos graves problemas sanitários... começam as anulações de regatas no exterior do nosso país, e no nosso próprio.
O primeiro cancelamento é a princesa Sofia, depois a Copa do Rei... e o projeto Maeloc como mortal balança. No entanto, no início da Primavera, a esperança generalizada e os bons momentos parecem estar próximos... o aparecimento das vacinas a curto prazo, prevê que, a partir de julho, haverá melhores resultados... e que é possível que em agosto e setembro se possa começar a competir no mar de novo.

O desenho de 2020 se vuelca em agosto ao se estimar que a situação sanitária melhoraria ostensívelmente
Por isso Maeloc faz-se um espaço em agosto com o mesmo planejamento em todos os eventos que em 2019... exceto que a Finisterre por este motivo também se mudaria de Baiona para Vigo, provisoriamente.
Os números que são geridos são semelhantes, assim como a quantidade e para um ano tão terrível como 2020, são devidos a boas cotas de competição e de comunicação obtidas. Que o sucesso foi acabar as três regatas, não punha ninguém em dúvida.

Imagem parcial da saída em El Abra de Getxo, rumo à Corunha (Foto Manolo Seoane)
Este ano há um fato diferencial sobre as duas edições anteriores: a Regata Xacobeo 21.22, que se celebrava de 21 a 25 de julho entre Getxo e Corunha... com isso se cumpria o projeto de Maeloc, para entrar em uma nova etapa, e se conseguiu... graças ao grande trabalho do Real Club Marítimo do Abra-Real Sporting Club de La Arenas que logou que uma dúzia de bons cruzeiros fizessem a travessia Xacobea de 250 milhas.
À chamada do Abra assistiram barcos da Corunha, Gijón, Santander, Getxo, Zumaia e San Sebastián... um sucesso por tudo o alto. Já com os ânimos subidos chegava a Regata Rías Altas, na qual não se cumpriam as expectativas geradas... talvez o traçado que não ajudava, talvez a pandemia, talvez o tempo... o certo é que apenas 9 navios completavam a regata, o que era decepcionante. É verdade que o nível da frota era bom em geral, mas a quantidade floja sem dúvida.
A Finisterre era o terceiro ato, e havia dez inscritos... o que não era um mau número. No final são cinco os que chegam em tempo a Vigo, e com isso se seguiam somando passo a passo poucos barcos ao cálculo total.
Como fechar o Rías Baixas que teve uma boa edição com muita qualidade, ou quase diríamos que muita. Pode-se dizer que todos ou quase todos os navios participantes, que foram 52, tinham opções de ganhar... e não seria pecar de exagero.
Barcos da Galiza (norte sul, leste e oeste), Astúrias, País Basco (se recuperou o número de anos anteriores) e Portugal (menos dos esperado)... além disso houve cruzeiros de Castela-Leão, Madrid e da Catalunha.
Até aqui sucintamente a história de Mar de Maeloc, que fechou seu primeiro capítulo... o que acontecer num futuro depende de converter todos os dados do modo conveniente para que sejam de aplicação... o sucedido foi meritório... pois a maioria das grandes regatas furaram em 2020 e as regatas cumpriram seu calendário escrupulosamente.
A grande dúvida é saber se o caminho iniciado em 2019 é o correto, ou se precisa de uma grande reflexão após os não tão bons resultados de 2021 e fazer para isso um alto no caminho... o objetivo continua sendo o fundacional e não é outro diferente a que a vela pesada do norte e noroeste volte ao caminho da brilhantez, e à harmonia institucional entre os diferentes escuderias e clubes.
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