Anécdotas das regatas para não esquecer de repóker em repóker de lembranças (1)

Nautica Digital Europe Moebius

Anécdotas das regatas para não esquecer de repóker em repóker de lembranças (1)

Nós os propomos um jogo com as memórias... vamos publicar anedotas alecionadoras ou até simpáticas, que não ofendam a ninguém... e que quando se pudesse cair nesta possibilidade evitaremos dar nomes... é nossa história e estimamos que será uma contribuição interessante, amena e provocará alguma que outra carcajada... e muita saudade ATAQUE!.... E POR SUPOSTO ADMITIMOS VUESTRAS HISTÊNCIAS...

Julho 2021, Moebius

1.EL RATING ELASTICO

Os ratings, os handicap dos barcos sempre acarretaram, em sua aplicação discussões bizantinas... E porquê?... pois simplesmente porque há alguns que querem ganhar, que nos exigem que pulpo seja por narices animal de companhia... e isso quando menos é complicado.

Na época do IOR (para os mais jovens o antepassado do IMS), O sistema era simples: se realizavam uma série de medições no navio em questão... era obtido um coeficiente no ambiente do 1 (os mais baixos eram os menores de eslora e os mais altos os de maior). O tempo convertido a segundos em questão se multiplicava pelo TMF (os piés de rating tinham associado o fator TMF... por exemplo 0,9545) e o tempo era compensado.

Pois bem, os cruzeiros alegavam que eles eram prejudicados e protestavam muito frequentemente e até airadamente pela intromissão nas suas categorias de barcos de regata veteranos... mas claro em geral os que protestavam tinham sido barcos também muito rápidos, mas que vieram a menos com a passagem dos anos... e eram todos uma parte do ciclo de modernidade da frota.

Realizaram-se reuniões e reuniões, discussões e mais discussões. Lembro-me de lá pelo ano 82, na qual a voz cantora dos cruzamentores a levava o armador do Roana, um dos Andrade... Rogelio. Que se queixava do mal trato neste campo aos cruzamentos... Ro contava com o apoio de muitos cruzamentos.

O tema ficou quente até que interveio um dos armadores de barcos de regata: o afamado pintor Rafael Alonso que armava o North Star 34 Sartaña... e já se sabe o sentido do humor dos gênios, como era Rafa...

Ele se levantou em plena e muito numerosa reunião, interrompeu Geluco e disse: A solução é que vocês em cruzeiro, vocês querem a classificação que creis que é mais justo... por exemplo você tem acredito que 22.5 não?, pois se em uma regata vão com gente novata... pois você pede que te baixem a 21.5... se, além disso, quando navegas vám fazendo a comida... bajáis a 21.0 e se levem à chacha para servir a comida, mesmo quedis em 20... isso sim sob a filosofia conhecida do “crucero familiar”.

Surpreendentemente vários cruzamentos deram a razão ao pintor... e ele com uma sorna e um cachondeo ao estilo de Ussía... Você não conhece as novas correntes nos rating para as regatas de cruzeiro familiar que imperam na Inglaterra... O RATING ELASTICO ES A SOLUCION!.

E ficou tão pancho... os cruzamentos, duvidavam entre cabrear ou reirse... o melhor é que qualquer um dos presentes, tomou-o a sério... e o pior vinho na próxima regata porque na imprensa os tachava aos cruzeiros... CRUCEROS FAMILIARES... o que não fez graça alguma a estes... mas estava aprovado em assembleia.

2.NI PUTA IDEA

Falar de Humberto Cervera é falar das últimas décadas das regatas na Galiza. Criador com Rafa Lorenzo do Troféu Conde de Gondomar, da Beneteau Cup, fomentador do Fisrt Class 8, do Platú 25... das regatas tanto com Portugal quanto são França. "Piruchi" como era conhecido, também era um magnífico cana e um entendido como poucos, nisso de colocar um navio de regatas "a ponto". Ganhou não poucas regatas, com barcos que já são lenda da vela pesada espanhola... mas não estamos contando nesta seção o curriculo de nenhum esportista... por isso vamos ao grão.

Anos 90 estamos no Troféu Príncipe das Astúrias, estamos em águas da Escola Naval de Marín... mas de 80 navios em saída... e a espetacular frota marca seu rumo à baliza de desmarque, à qual Piru chega de primeiro à cana do Pedras Negras de seu grande amigo Rafa Ouro... nem curto nem preguiçoso, se põe de pé no púlpito de popa do Beneteau 41s5 e a gritos a todos os seus rivais (alguns muito famosos e conhecidos, medalhas olímpicas incluídas) NÃO TENEIS NI PUTA IDEA... a par que que estrela rutilante do futebol batia apontando seu peito...

3.FELIX GANCEDO UM CRACK DA VELA... E o REMO

Ele toca no turno a outro mestre da vela, ao professor malagueño Félix Gancedo pertencente a um dos clubes senheiros da vela espanhola: o Real Club Mediterrâneo de Málaga. Todo mundo associa Félix com o snipe, com a qual se proclamou três vezes campeão mundial... quando esta classe era o top da vela internacional... outros os fazem com suas participações olímpicas e os anos 1968 (Flying Dutchman), 1972 (Dragón) e 1976 (Tempest, que tinha substituído o lendário star)... mas o que a maioria desconhece, é que o malaguenho foi um crack em remo.

Félix com 21 anos leva o Mediterrâneo de Málaga a conseguir o título de campeões de Espanha de iolas (remo mar de banco móvel), e somente a equivocada decisão do CSD daquela de não permitir que participasse em skiff em Tóquio, priva o esporte espanhol de uma medalha segura em remo...

Naqueles anos Gancedo alternava a vela e o remo... no mais puro estilo britânico do «sailing & rowing»... e contam que quando já era olímpico em vela na Olimpíada do México, retou os remeros olímpicos a competir em skiff contra ele... e os dobrou um a um sem piedade...

4.ANDERSEN E SODERLUND EN BAIONA ABORDO DE LANZAL E PAIRO TRES

O fenômeno Monte Real Club de Yates de Baiona nem é fruto do acaso, nem da fortuna. O Clube que presidiu Rafael Olmedo desde 1973 a 2015, preparou-se a fogo lento... primeiro com a Regata Bermudas Baiona... a mais importante a nível oceânico de quantas se encontram celebrada... depois com uma escola de vela potentíssima... a seguir com um Mundial de 420 em 1977 que quebrou barreiras... e por último com a aposta de Afonso Paz Andrade por irmãrse com o Royal Ocean Racing Club, com aquelas Lymington-Baiona de cruzeiros... e como sobremesa a figura de Francisco Sitges com seus "Xargo"... o IV era o único maxi de Espanha!

O Clube de Baiona chegou a ter nos anos 80, mais de 60 barcos medidos em IOR!,era o náutico galego com maior número de licenças!... e tornou-se o olho do furacão da nova vela... com regatistas como Pedro Campos e José María Lastra (que navegavam em Sanxenxo nos 70-80), recuperou-se a Javier da Gándara que havia prontuário pelo Náutico de Vigo... e vieram padrões e regatistas de toda Espanha: Jan Santana, Toño Gorostegui, Noluco Doreste, e um longo e além.

Dois dos que eram asiduos em não poucas competições eram dois lendários padrões dinamarqueses: Ib Andersen e Herik Soderlund... o primeiro foi habitual em algumas regatas no Joubert Nível Half Ton da Família Fontán e o segundo em outro Joubert, o Pairo Três. A propósito, isso ocorreu na Copa de Inverno, que daquela patrocinava Seguros Banco Vitalício... UM LUJO.

5. ESTANISLAO DURAN... COMODORO DO MONTE REAL E MÍSTER «ROMPE PALOS»

Estanislao Durán entrou como Comodoro de Rafael Olmedo, após uma demissão de Fernando García Tobío... das que costumava protagonizar habitualmente... e por isso Rafael lo «provisionalmente comodoro».mas Tobío não voltou nesta ocasião e Estanis esteve perto de 30 anos no posto...

A torcida do novo comodoro, haviam sido os ralis... sua família entre outras empresas tinha um concessionário da SEAT em Vigo, e seu irmão Emilio era um piloto excepcional, que lutou por títulos nacionais contra Beny Fernandez, Bernard Tramont ou Estanislao Reverter...

Era super conhecida a desqualificação do carro de ambos quando marchavam terceiros em um Rallye Rías Bajas dos 60... ao parecer por “entrar no parque fechado de noite”... e estanis não fazia graça o cachondeo, mas nenhuma graça... quando algum chistoso tirava o tema.

Essa filosofia de Durão da rigurosidade técnica dos testes de motor, as importou à vela... e fruto disso não há dúvida alguma que o Clube de Yates de Baiona de sua mão, foi o pioneiro da vela espanhola, em formar comitês de mensuração profissionais e independentes, que imponiam tanta rigurosidade a um Conde de Gondomar, como a uma Level Class com categoria de mundial.

No entanto, nesta faceta organizacional, Durán havia fundado com seu amigo inseparável Francisco Sánchez Bálgoma a escuderia PAIRO... que olho nada tem a ver com "al pairo"... o nome deve-se a que a esposa de Francisco era e é Rosa... PA de Paco Y RO de Rosa: resumo PAIRO.

Pois bem os «pairos» Foram dois Elvstrom Half Ton (o Um e o Dois), e depois Joubert&Nivelt... para já acabar na atualidade em que é José Luis Freire e Constante Freire, os que lideram a escuderia um Farr 39... e Estanis embora seja um bom navegante... não é um top como tripulante de barco de regata... por isso o tocou em sorte ser o das «burdas»... com tão má sorte que com o quanto responsável Pairo Um quebrou seu maistil em regata.

Assim o Dois... e mesmo com outra média o Easy Boys II de Quelhas... Durão viu como o maistil se vinha abaixo... e houve um quarto que se quebrou, mas parece que a culpa tinha sido de Juan Carlos Montes Eloy ( daquela tinha uma empresa de reparações em Baiona), pois o Pairo Dois quando estava izado sobre o cais... quebrou uma eslinga e bateu violentamente em cais e Baiona... CUATRO MASTILES — tudo um recorde para o ROMPE PALOS.

(Continuará)

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