A Jarra das Cem Guinés com Nova Iorque ao fundo. Foto: Rob Tringali/ACWSNY

A mítica Jarra das Cem Guinés Voltou ao New York Yacht Club, instituição que a viu nascer depois de quase um século de ausência, depois de tê-la guardado com mimo em suas vitrinas durante 50 anos. Durante todo este tempo defensores do clube da costa leste americano foram ganhando de forma consecutiva o que é considerado o troféu esportivo mais antigo da história: A Copa América.

O New York Yacht Club foi o criador deste troféu, embora a primeira edição não tenha sido disputada em águas americanas, se não britânicas. Foi por causa da primeira Great ExhibitionO que conhecemos hoje como Exposição Universal, em 1851.

Ali se organizou uma competição a vela que consistia em dar a volta a Ilha de Wight, o prêmio era uma águamanil de prata avaliada em 100 guineenses de ouro. O navio vencedor levaria o prêmio.

O New York Yacht Club, recém fundado, mandou uma goleta para competir diante da Marinha Real Britânica. O navio neoyorkino foi batizado como América, e ali se enfrentou contra 14 navios britânicos, aos quais ganhou, e com isso a Jarra das Cem Guinés, que se levou até Nova Iorque. Ali o comodoro John Cox Stevens, promotor da América, decidiu que o troféu, embora fosse propriedade do New York Yacht Club, poderia-se para os restos da história em jogo entre um Defender (o vencedor) e um Challenger (desafiante) e assim vem acontecendo desde 1870. Foi criado um documento fundacional, chamado Deed of Gift, que é pelo que regem as regras da Copa América, nas quais embora o Defender de turno o tenha em confiança os anos entre defesa e defesa.

Durante 50 anos o New York Yacht Club, desde 1870 a 1920, teve-o em suas vitrinas com vitórias de seus barcos, os treze primeiros desafios foram em suas águas, até que em 1930 a competição se mudou para Newport, no vizinho estado de Rhode Island. A partir daí ganharam outros desafios americanos e levaram-na à costa oeste, San Diego. Até que em 1983 pela primeira vez a Copa América era ganhada por uma equipe não americana após 132 anos de história quando o Austrália II Roubava-lhes o troféu.

Há algumas semanas, voltou o espírito Copa América para Nova Iorque, embora tenha sido apenas por uns dias, em que os seis navios inscritos na edição deste ano, defenderam Team Oracle e os desafiadores Emirates Team New Zealand, Land Rover BAR, Softbank Japan, Artemis Racing e Groupama Team France; voltaram a recuperar uma parte da história para navegar frente à Estátua da Liberdade nas Américas Cup World Series (Series Mundiais), antes do que será a 35 Copa América em junho do ano que vem em Bermuda.

Texto: Jaume Soler