Os navios perdidos durante esse período somam um total de 2,33 milhões de toneladas, com uma idade média de 20,9 anos

Nos últimos 10 anos (2011-2020), perderam-se em acidentes um total de 34 navios graneleiros, quase metade das 59 perdas registadas na década anterior (2001-2010). Assim, decorre de um relatório publicado pela associação internacional de armadores de navios graneleiros.

A vara acidental foi a primeira causa de perda total de graneleiros nos últimos 10 anos. Dos 34 acidentes qualificados como perda total que tiveram lugar nesse período, 17 foram devidos à vara. Destes, estão disponíveis os relatórios completos de investigação de 13, realizados pelos respectivos Estados de bandeira e disponíveis para consulta pública na base de dados GISIS da OMI.

De acordo com a Interacção, uma revisão inicial dos relatórios revelou que o erro humano, tanto operacional como na navegação, contribuiu para nove das varas acidentais. Além disso, entre os quatro relatórios cuja investigação ainda está sem concluir, a evidência recolhida indica que pelo menos dois destes incidentes parecem ter sido causados por erros humanos operacionais e de navegação.

No ano passado, dois incidentes chamaram especialmente a atenção: a vara em frente à costa do Brasil do mineraleiro de grande porte e construído em 2016, Stellar Banner, que resultou em uma perda total, e o acidente do Wakashio, que atingiu um recife de coral em frente às costas da Maurícia, derramando cerca de 1.000 toneladas de combustível.

De acordo com o relatório da Intercargo, 128 tripulantes perderam a vida nos 34 acidentes mencionados, contra 260 na década anterior. Os acidentes relacionados à liquefação ou outras falhas da carga resultaram em ser os mais graves para a vida humana, provocando 61 vítimas mortais, enquanto 35 marinheiros perderam a vida em outros quatro acidentes por causas desconhecidas.