Anavre expõe seu ponto de vista à atividade nautico, de exposições, esta temporada tão atípica

Anavre, nos enviou este comunicado, que reproduzimos na íntegra e integralmente. Fica cada um de interpretá-las. A redação de NAUTICA DIGITAL.

Diante da polêmica surgida na sequência da mudança de datas do Salão Náutico de Palma «Palma Boatshow 2021», desde Anavre, Associação de Navegantes de Recreo, queremos manifestar o seguinte:

1,- Anavre considera que a celebração de salões náuticos implica não só a oportunidade de os usuários encontrarem-se com os empresários do setor náutico e informarem-se sobre seus produtos e novidades, mas também se articulam como eventos promotores da atividade turística, promocional e empresarial do enclave em que ocorrem. Portanto, sempre apoiaremos a realização deste tipo de eventos.

2,- No caso de Palma Boatshow 2021, porém, não podemos apoiar sua celebração nas datas anunciadas pelos seguintes motivos:

* A decisão foi tomada de forma unilateral sem consultar a Autoridade Portuária de Baleares ou os concessionários da Marinha Moll Vell e Marina La Lonja Chárter, a quem em dezembro de 2020 tinha sido indicado que o evento, de se celebrar, teria lugar de 27 de abril a 1 de maio, a fim de que pudessem preparar suas agendas e organizar o despejo das instalações.

* Ao contrário do que se afirma pela responsável do IDI, não se afeta apenas duas empresas, mas um total de dezoito, os dois concessionários mais as dezasseis empresas de chárter que operam em Marina La Lonja, com um volume de mais de 100 embarcações de chárter fixas e mais de duzentos trabalhadores.

* O curto prazo com o qual foi anunciada a mudança de datas provocará necessariamente a dispersão das frotas dessas empresas em diversos portos, com um custo médio de 2.000’00 euros por empresa e dia de deslocamento, dado o tempo necessário para a montagem e desmontagem do Salão Náutico, estamos falando de um total de cerca de 20 dias. Consideramos que, após um ano praticamente sem facturação, as empresas de chárter necessitam do apoio incondicional da administração, e não que sejam travadas, e isso porque não constituem apenas uma importante fonte de receitas para as ilhas, mas também um eficaz meio de socialização da náutica que permite aos usuários aceder não apenas a diferentes modelos de navios, mas também praticar o seu passatempo em diferentes localizações de um modo seguro em embarcações que reúnem todas as condições e requisitos legalmente exigidos.

* Sem contar a condição que possam sofrer os armadores e tripulações das embarcações de recreio com base em Marina Moll Vell, esta dispersão de frotas de chárter afetará cerca de nada menos que 2.000 navegantes que tinham previsto embarcar ou desembarcar em Marina La Lonja durante essas datas. Esses usuários agora desconhecem qual será seu ponto de embarque ou desembarque, pois, em primeiro lugar, ainda não está decidida a 100% a celebração do Salão Náutico, nem as empresas de chárter sabem onde estarão suas frotas nessas datas.

* Tudo o que precede redundará, logicamente, numa pior qualidade do serviço recebido pelos navegantes, já que as empresas de chárter devem, inevitavelmente, dispersar o seu pessoal e as suas frotas, de modo a que os trâmites de embarque e de desembarque se atrasarão, o que dificulta a logística de compra de suprimentos, transporte até o local de embarque ou do local de embarque para o aeroporto, etc...

* A previsão de um aforo total de 1.500 pessoas nas instalações do Salão Náutico representa um aforo efetivo de cerca de 500 pessoas, pois o pessoal dos expositores, organização, serviços e segurança ronda as 1.000 pessoas, nos perguntamos se isso justifica o prejuízo que será causado a 18 empresas, seus trabalhadores e cerca de 2.000 navegantes que já pagaram por seus chárters com embarque e desembarque em Marina La Lonja.

*Além disso, de acordo com as informações de que dispomos, a decisão de celebrar o salão ainda não é firme, dada a situação gerada pela pandemia e, apesar de que desde o IDI e seus responsáveis se manifestaram que se compreendem os motivos aduzidos pelos concessionários e empresas de chárter em causa, manifestou-se também que a decisão final se baseará em critérios políticos.

Tendo tido conhecimento de que por parte do IDI se recusou uma localização dentro do mesmo porto de Palma no dique do Oeste, reiteramos que não podemos apoiar a mudança de datas e anunciamos nossa presença no Salão Virtual “Balearic Yacht Show 2021” e que, salvando esses inconvenientes, estamos e estaremos sempre a favor da celebração de salões náuticos presenciais.