Um prêmio do Monte Real Club de Yates de Baiona

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Um prêmio do Monte Real Club de Yates de Baiona

Na próxima semana o que foi primeiro desafiador espanhol pela América’s Cup... o Monte Real Club de Yates de Baiona entregará os denominados Prêmios Nacionais de Vela, que patrocina de uns anos a esta parte meu bom amigo Fonseca Moretón, que esponsorizam em definitivo um dos melhores caldos galegos: Terras Gauda.

Como pai da criatura, é dizer dos Prêmios, é como diz o Grande Chefe... «motivo de orgulho e satisfação»... ver que aquela invenção «made in Moebius», que foi muito criticado inclusive pela própria directiva do Monte Real daqueles anos... pelo seu ar comercial... com os anos vale seu peso em ouro, e junto com o Troféu Príncipe das Astúrias e Como não! Com o Conde de Gondomar, são o santo e seña do Clube da Carabela la Pinta.

Corria o ano 1983 quando o «Vento» Ganhava a primeira edição da Regata Volta a Espanha... o «one ton 27.5» que armava Manuel Fernández era junto com o maxi «Xargo» (German Frers 80 sloop) de Francisco Sitges... o mascarão de proa do Monte Real.

Lembro-me como se fosse hoje a expressão um tanto carregada de inveja esportiva, de um prestigioso jornalista náutico catalão que escrevia: "O Monte Real tem-se muito acreditado... mesmo sua marineria presume que são o melhor clube náutico da Espanha... pelo Xargo e o Vento"...

Naquela lendária regata, que esperava o super sucesso em 1984 com a presença da câmara de TVE diariamente em toda a nação às 21h30 durante um mês... o padrão do vencedor, ou seja do «Vento» Tinha sido Pedro Campos... quem tinha contado com uma excelente tripulação, entre os que estava Javier Gándara e o maugrado José Eraso.

Também é verdade que Fernández e sua esposa Charo fizeram algumas etapas... isso produziu certos roces entre armador e padrão pelo protagonismo lógico do de Cuntis... intervindo o Monte Real como corta-fogos, ao organizar uns Prêmios de Vela, com a desculpa de «intentar consertar» os dois roces dos seus «estrelas»... e a verdade é que eu saí muito bem... porque Manolo e Pedro, Pedro e Manolo escolheram juntos o prêmio.

Ao tempo um bom amigo meu sócio do Clube e companheiro no seletivo de engenheiros, Romero, apareceu com seu cunhado... falo de Fernando García Bermejo, que era o delegado recém-nomeado na Galiza de uma empresa que me soava a chinês: «KPMG Peat Marwick». A reunião a três bandas no restaurante do Monte Real... em que o bom de Manolo Duarte nos pôs uns camarones daqueles do Clube de Yates... inmensos! e um bom albariño para acompanhá-los.

Bermejo ficou prendado da qualidade do Monte Real e seu cunhado não parava de encorajá-lo para que patrocinasse algo ao Clube... o ruim é o que nos dizia Bermejo aos meus ataques comerciais: “Veo o do navio patrocinado interessante e muito mais o de entrar no Conde de Gondomar... mas a empresa que represento é uma auditora e por lei é proibida a publicidade direta”.

Minha alegria, e o de Romero, em um poço... até que surgiu a faísca: e prémios de vela... como mecenas?...eureka, isso se possível!... e assim nasceram os Prêmios KPMG Peat Marwick, neste almoço de amigos... mas sem o de "nacionais".

Os prémios foram realizados com muito sucesso, em primeira instância a nível local ou regional (me custou muito convencer meus senhores a dar prémios a clubes ou regatistas amigos, mas rivais) e depois a nível nacional... o tema foi crescendo e crescendo, porque os premiados faziam publicidade em suas áreas dos prêmios conseguidos... e o que queríamos Fernando e eu, chegou a ser tal sucesso... que houve um roce entre Marca e ABC (com nós), pela ordem em que dimos o galardão de «média de comunicação do ano»...haríamos conseguido o objetivo do prestígio nacional!

Mas faltava a guinda. Quem me conhece sabe da minha admiração e da minha amizade, por muitos regatistas e armadores de Portugal... posso dizer com orgulho que fui dos fundadores do Iate Clube de Porto e que no Clube de Vela Atlântico de Leixoes tenho minha casa... minha amizade é muito especial com a Família Rui Moreira... labrada ao longo de muitos anos...

Pois o patriarca dos Moreira, Rui (O seu filho é atualmente o prefeito de Porto) Era na vela um dos meus grandes apoios... e mais uma vez me lançou uma mão decisiva... naqueles anos em que era o presidente da Federação Portuguesa de Vela... e expliquei o meu plano, que era um pouco maquiavélico, mas que não podia sair mal.

Chamada telefônica... Bom dia, Rui pensei em criar um prêmio novo nos KMPG Peat Marwick... um dedicado ao "melhor barco de Portugal do ano"... se você parece bem, criámos-o, mas com uma condição você vem entregá-lo!... e o bom de Rui me aprovou a ideia com entusiasmo, e ampliei a petição: "É que você é um bom amigo do presidente da Espanhola, de Arturo Delgado... vou convidá-lo... e a sua pressão para que venha a Baiona à cerimônia... e lhe damos a surpresa de que entregue o prêmio ao melhor barco... de Espanha... assim desta forma oficializamos o tema"...

Dito e feito. O bom de Arturo percebeu a encerrona no mesmo momento de entregar o prêmio... aproximou-se de mim e carinhosamente me dedicou um qualificativo que não reproduza... mas que amem da palabrota implicava muito carinho... porque o admiro e o aprecio...

Larga Vida aos Prêmios Nacionais de Vela... Terras Gauda!

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