O tamanho da Copa do Rei de Vela e seu caráter multinacional fazem inviável sua celebração

O tamanho da Copa do Rei de Vela e seu caráter multinacional fazem inviável sua celebração

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A pandemia forçou a tomar fortes medidas restritivas sociais e desportivas, a “responsabilidade sanitária” sempre foi o principal ponto de vista do Comité Organizador (Foto Maria Muiña)

O Real Club Náutico de Palma de Maiorca acaba de difundir um triste comunicado oficial que reza: Após 38 anos ininterruptos de celebração de uma das maiores competições de vela do mundo, 2020 passará à história pelo adiamento da Copa do Rei Mapfre, a julgamento de seu Comitê Organizador, que preside Emerico Fuster por “responsabilidade sanitária”.

Um evento como a Copa do Rei, com números de participação superiores a 2.000 atletas de mais de 30 países e mais de 3.000 pessoas diárias assistindo à competição, tanto no mar como em terra, tem que fazer prevalecer a responsabilidade sanitária acima de qualquer interesse desportivo ou social.

Um duro castigo para o Calendário 2020 de Alto Nível

Se ontem foi a Copa da Rainha de Valência anunciava sua anulação, hoje os números bem-sucedidos da Copa do Rei provocaram outra... e é que a previsão para este ano de 140 navios de 30 países, uma massa de participantes e acompanhantes de cinco mil pessoas... dos quais três mil seriam espectadores... levaram ao Comitê Organizador a tomar uma decisão, pela qual se lutou para não fazer realidade até última hora. A Europa fica este ano sem o seu principal evento de vela pesada, e terá de esperar até 2021 para ver o espetáculo mallorquín. Por outro lado, a ameaça da anulação é menor em outras regatas tradicionais, mas que nem têm este número de navios, nem esta enorme presença estrangeira... e sobretudo podem prescindir do glamour... léase parte social... bem porque não a têm... bem porque não precisam de um modo essencial. Regatas como o Campeonato de Vizcaya, ou a Regata Costa Vasca, ou o Troféu Conde de Gondomar, ou as Regatas Mar de Maeloc (léase Rías Altas, Finisterre e Rías Baixas), a Regata Juan de la Cosa ou a Semana Náutica de El Puerto, terão seus problemas... mas que provavelmente se possam celebrar sem grandes dificuldades, aplicando medidas de saúde, com uma drástica redução no número social de 50 ou 60 barcos, com a criação de algumas classes como solitários, A2 e A3 e talvez tenham de ajustar o número de tripulantes por navio, a fim de conseguir que o número global não seja elevado. Outras, caso do Troféu Príncipe das Astúrias terão problemas à vista, essencialmente porque o clube organizador, o Monte Real Club de Yates de Baiona tem instalações tão bonitas como muito reduzidas em espaço... por isso ou adapta seu planejamento social à situação atual pela pandemia, e sua operacional esportiva... ou terão sérios obstáculos.

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