
A Náutica de Espanha clama porque o Estado reconheça sua evidente singularidade
A Náutica de Espanha clama porque o Estado reconheça sua evidente singularidade

Seria um erro gravíssimo do governo não ter em conta a singularidade da navegação em família (Foto Menorquina Chárter)
É geral a preocupação do setor náutico espanhol, diante do aparente desinteresse governamental e da desinformação aos usuários... este setor conta com mais de 400 marinhas esportivas e instalações náuticas que podem abrigar mais de 135.000 navios... que no último exercício experimentou um aumento no número de matrículas próximo a 10%, com o que nosso «parque de embarcações» Está na ordem das 200.000 unidades.
Este número dá uma ideia do que representa o sector após cálculos simples — a nível de geração de postos de trabalho e de movimento económico, tanto no que se refere ao aspecto industrial, a nível da manutenção do enorme parque de embarcações, como de funcionários de clubes náuticos e marinhas desportivas, e à rentabilidade turística das instalações...
Como pincelada a respeito, um evento como a Copa do Rei pode superar a barreira de 10 milhões de euros de gastos, entre participantes e acompanhantes... outro dado são os carenados das embarcações amarradas nas marinhas... que supera amplamente os 200 milhões de euros; que tem que ser ao menos anual, com limpeza dos capacetes, dar patente... a manutenção náutico provoca milhares e milhares de postos de trabalho... com números espetaculares e essenciais em muitas zonas do litoral espanhol.
As licenças dos desportos náuticos e da pesca desportiva, conforme informa o Conselho Superior de Esportes, estão acima de 180.000, e apesar desta importante, nota-se um elevado grau de desinformação nas anunciadas «medidas de regresso à nova normalidade» das autoridades estatais.
A náutica precisa de um tratamento peculiar, mesmo diferente... pois seria um erro muito grave considerar que a náutica, é o mesmo que o passeio... e que a nível desportivo, é semelhante ao futebol ou ao atletismo. A náutica é absoluta e radicalmente diferente, e por isso deve ter suas próprias regras dentro desta desgraça que nos tocou viver.
Um barco, é, de certa forma, um apartamento com o qual se pode navegar... e então como se permite que uma família viva dentro dele, por que não se permite que todos juntos naveguem em um barco nas águas da sua cidade?... o fazê-lo permitiria gerar riqueza, dar trabalho... sem menoscabo da segurança e a prudência necessária nestes momentos graves que nos tocou viver...
O contrário seria simplesmente uma estupidez... que provocaria danos a um tecido empresarial, que está passando muito mal, pela inatividade forçada. A autorização para as famílias que naveguem nos seus navios provocará despesas de manutenção, consumo de combustíveis, patentes e pinturas, honorários de marineria, despesas de gestorias, apólices de seguro, postos a ponto dos motores, licenças federativas, compra de materiais necessários a bordo, elementos de segurança, salários de vigilantes e de marineria, custos de guindastes, mesmo aluguel de navios... em definitivo muita riqueza no seu ambiente.
© 2024 Nautica Digital Europe - www.nauticadigital.eu