Com o Milmi chegou a revolução à vela (5a Entrega)

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Com o Milmi chegou a revolução à vela (5a Entrega)

Mas aquele 1989 não se limitava a todas as notícias esplêndidas relatadas na «anterior entrega»... nascidas em pleno Salão Náutico de Barcelona, pois faltava a mais gorda... e sem dúvida a que ninguém esperava de uma economia emergente, mas muito limitada, como a espanhola... mas para isso teria que esperar ao 27 de Maio.

Antes, no referido Salão Náutico de dezembro de 1988, ao socaire do excelente conquista de Estanislao Durán que havia conseguido que o Monte Real Club de Yates de Baiona organizasse o Mundial de Quarter Ton 1990... José Cristos «Ovejo» me voltava louco... que temos de conseguir um quarto de tonelada!

Havia um problema e não era outro que Javier Gándara pedra angular da ideia de Ovejo, estava em plena Rota do Descobrimento que organizava outro grande amigo, como é Afonso Jordana e Díez-Merry; e não voltaria até o mês de janeiro.

O patrocinador «objetivo» Chema Ullivarri responsável pela marca Bombay Gin, que era um cliente de José Luis Suevos. Falei com o asturiano e perguntei-lhe se parecia boa ideia falar com Chema... se não o importava. José Luis Suevos me dava sua bênção sem hesitar, o que lhe agradeço sempre, pois não teria sido ético saltlo-lo. O amigo Ullivarri, que sempre me apoiou, me deu seu ok, e só restava que chegasse Gándara do Caribe e aceitasse o ser o padrão do que seria "Bombay Gin".

Na sua chegada da República Dominicana, Javier se entusiasmo com a ideia e compramos entre ambos o «Whopper» um MG26 de Tony Castro, que havia sido campeão mundial patrocinado por Mc Donalds abanderado na Dinamarca... e já no mês de abril, o «quarto» Chegava a Vigo.

Sua tripulação seria Javier Gándara, Juan Bravo, José Cristos, Púas Retolaza... e de «suplente» Libio Arbones. O projeto foi apresentado por todo o alto no Josechu de Vigo, e fomos para Falmouth participar no Mundial de 1989... restamos em um meritório 5o lugar, entre 27 navios.

O navio competiu pelo Monte Real Club de Yates de Baiona e pelo Yate Clube do Porto... pois a ajuda de um grande amigo meu, Rui Moreira pai do atual prefeito do Porto... foi muito importante, pagando-nos até o porte desde Viana do Castelo até Southampton, ida e volta... um pastão.

Milmi apoiou-nos em todo momento, e pediu ajuda à imprensa nacional... Parrado que dirigia Goles na cadeia que hoje é Onda Cero e era seu parceiro... assim como Perico Sardina se volcaram conosco, e outro amigo de Suevos, como Jesus Vázquez de TVE, inclusive nos fez uma reportagem no Telediario Nacional.

Em águas galegas iniciava-se a temporada, na qual havia surpresa com a chegada de um novo patrocinador "Aerolinhas Argentinas" o Tony Castro 30.5 de Pinheiro, que patroneó Kankel Pintos, com Juan Luis Tuero, César e Pablo Infante, Ramón Ojea, Calamares, Libio Arbones... o navio participou na Copa de Inverno e o mote que tinha era "Aerolinhas Federales", em honra ao grupo da movida viguesa... o que trouxe o patrocinador, evidente: José Luis Suevos.

e eu notava movimentos estranhos no Monte Real... reuniões raras das quais não me informava...

Eu percebi que alguma coisa estava a correr e ouvi por me calar e não perguntar... até que uma manhã me chamou o Comodoro do Clube e me disse que de imediato fosse ao seu escritório em Vigo. Aí fui, e tenho que dizer que Estanis que era meu companheiro de fadigas na direção regatera do Monte Real, começou falar... como violento e tentando pousar sem problemas comigo...

Eu te chamei porque há uma notícia muito importante... e a directiva tem medo que dada sua amizade com José Luis Suevos, mas sobretudo com Javier Visiers, porque é manda mais do que o «Fortuna», vás da língua e faça muito dano ao projeto que temos entre mãos... que de momento é absolutamente confidencial porque eles estão em outros projetos e não nos viria nada bem filtração alguma.

Sabemos que esta noite cenas com Visiers e Gándara por temas da Volta ao Mundo, e pedir-te que sejas somamente discreto e não diga nem palavra... seria fatal para o Clube.

Nem curto nem preguiçoso apontei... O que é, que vamos à América’s Cup!... e me grita, mas como você sabe?... pois muito simples Comodoro, se estamos já na Volta ao Mundo, estamos trabalhando em uma Equipe da Admiral’s Cup... só falta a Copa... mesmo quando me pareça algo incrível. Depois de finalizar a reunião, Estanis delegou em mim, como mostra de confiança, passar para limpo e colocar em bonito, o rascunho que recogia o acordo do DECA (Desafío Espanha Copa América) e o MRCY de Baiona.

Desde logo foi muito complexo respeitar a ordem de Estanis, pois com Javier estava diariamente e com José Luis nem vos conto... e assim chegamos à apresentação oficial do Desafio, que tinha duas versões: uma em Baiona com toda a imprensa e convidados como Ramón Mendoza, à sazón presidente do Real Madrid... e outra em Madrid para a imprensa especializada em que fomos quatro pessoas que o apresentamos: Pedro Campos, Gary Jobson, Luis Peña e eu. Inolvidable.

No General Optica dois navios dominaram: o primeiro o «Larios» do Duque de Arión e Toño Gorostegui... o segundo o "Seur" que patronou um grande amigo de Suevos o hoje almirante Jaime Rodríguez Toubes... e o terceiro «Puerto de Gijón» patroneado por Pedro Campos...

Daí a Palma onde Milmi competia com "Cepsa" na Copa do Rei (outro novo patrocinador) que era o "Baileys" e que patronou o grande Pichu Torcida. A vitória era para o "Brava" da Itália, segundo o Longobarda, terceiro o "Bribón" de José Cusí com Don Juan Carlos à cana, quarto "Banco Atlântico" de Pedro Campos, "Dumbreat", "Il Moro di Venezia III", "Inespal, "Hispania"... para ser o nono o "Cepsa". Não havia estado mal o barco do Milmi, mas o nível era incrível e sofreu muito para entrar no «top ten».

E de Palma, rumo ao Porto de Santa Maria para participar no Grande Prix de Vela Baileys... mas antes a regata ligação... a «Omega Dos Bahias» que organizava outro grande... Enrique Gómez Curt. A vitória para Suevos com "Cepsa" com Tito Galnares à cana, "Font Vella" de Enrique Curt e terceiro "Agua de Colônia 4711" com Camilo José Cela Jr. de padrão.

A anedota na Omega duas Bahias... no Estreito a bordo do "Cepsa"... nos contava Perico Sardina que estavam desesperados por uma encalmada terrível e José Luis Suevos pediu comida... com meio corpo na parte baixa e meio em coberta queimado pelo sol e jodidíssimo porque estavam flutuando, com um queijo manchego na mão disse...solamente há isso para comer?... e quando Perico lhe disse que se... reagiu tirando-o à água... a tripulação o quis atirar pela borda... mas percebeu que Milmi não sabia nadar!

A chegada a Porto Sherry se produzia às duas da madrugada, em uma regata em que participavam muitos ilustres, caso do lendário "CAM" ou "Arroz SOS" ou "Puerto de Gijón"... que ficariam já para o Grande Prix de Vela Baileys... que começava com anedota e algo de bronca a cargo de Pedro Campos por um sucedido na saída em Palma da Omega Dos Bahias... mas isso fica para a próxima entrega que penduraremos na sexta-feira, se Deus quer.

(continuar)

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