Com o Milmi chegou a revolução à vela (4a Entrega)
Com o Milmi chegou a revolução à vela (4a Entrega)
Com o Milmi chegou a revolução à vela (4a Entrega)
1989 foi certamente um ano essencial para José Luis Suevos... e para o Monte Real Club de Yates.
O Salão Náutico de Barcelona se adiantava por sugestão da Associação Internacional para evitar coincidências com outras amostras de prestígio a nível europeu, e o que ali ocorre me antoja histórico: tanto para o empresário asturiano, quanto para o clube da Villa da Pinta, que mantinha uma rivalidade importante com o Náutico de Vigo... que ficava pequena graças basicamente à presença de Suevos.
As datas do «Salão» de 3 a 11 de Dezembro sob o lema «Faça-se ao mar»... e depois o Milmi não se fez ao mar... se meteu de cheio... para regozijo de que fazia parte do seu ambiente...
As boas notícias começam logo... antes do Salão Náutico à Espanha a ORC concede em Londres, a organização do Campeonato do Mundo 1/4 de tonelada... a decisão era apoiada entre outros pelo juiz internacional vigués Secudino Cigarrán e pelo inesquecível Doutor Pierre Chambonnet, grande amigo de Estanislao Durán... então Comodoro do Clube de Yates... que foi o que o trouxe ao nosso país... e claro à RANC que era a autoridade nacional da qual Durán era seu representante internacional, não teve mais remédio que apoiar os galegos...
Por outro o cada vez mais inquieto Suevos, convencia Baileys para que patrocinasse o denominado Grand Prix de Vela Baileys.
Obtido o visto bom da empresa distribuidora na Espanha... confiou-nos a Nicolás Terry e a mim como homem de comunicação e imagem... era um projeto original e muito ambicioso que pretendia reunir em Porto Sherry, aos melhores navios do Mediterrâneo e aos melhores do Atlântico... com muito glamour, com muito dinheiro no ambiente mágico do melhor campo de regatas de Espanha... da baía de Cadiz.
O prêmio espetacular para o vencedor «uma garrafa de Baileys de ouro» e para os companheiros de pódio de prata.
José Luis Suevos tinha deixado na minha mão o «fabricarla»por aquilo de ser de família de joyeros... e o trabalho encarguei-o ao number one nacional em plateria dos anos: Joyería Malde de La Coruña... os mesmos que fabricavam a monumental Torre de Hércules... o rei dos torneios veraniegos de fúbtol: o Troféu Teresa Herrera.
Só concluída, a peça a levei pessoalmente ao Salão Náutico para ser exposta... e custou 2,50.000 de pesetas! dos de 1988... mas sobretudo era mayestática... uma joia que ganharia por certo o Duque de Arión.
Mas aqui não se acabam as boas notícias no ambiente de Suevos... convence o Mónaco Yacht Club com a ajuda de José Eraso, para que se realize em Portals uma prova do Campeonato do Mundo de Offshore.
Milmi sabia perfeitamente que um dos skippers daqueles «fórmula 1 do mar», o «Gancia dei Gancia» Era pilotado pelo marido de Carolina de Mônaco... pelo admiradíssimo Stephano Casiraghi.
Suevos coloca o projeto nas mãos de José Eraso que dirige a operação com o apoio de seu primo Ñaco Eraso para a logística(homem de confiança nas regatas de Javier de la Gándara) e em Zulema e em mim o gabinete de comunicação... todos aceitamos o oferecimento, sendo gratificados com a generosidade habitual do empresário asturiano.
Além disso, peço-lhe que compense o Monte Real pela minha presença, com o patrocínio da Quarter Ton Cup. Aceder sem hesitar... comprometendo-se através da sua empresa ao pagamento de um número muito importante naqueles anos... dez milhões de pesetas... que leva a tranquilidade ao Clube de Yates, garantindo o financiamento do Mundial.
Para celebrar isso, vamos jantar a um excelente restaurante que um primo de Suevos tinha em Barcelona... e tenho o prazer de conhecer um dos melhores amigos do asturiano: o magistrado Oubiña. O juiz um peso pesado na Audiência Nacional era um personagem tremendo... com uma categoria e personalidade fora da comum... que propiciava uma sobremesa, simplesmente inesquecível.
Quem conhece Suevos ficariais estupefactos... "a Oubiña, deixava-o falar... o juiz o mandava calar e se calava... dizia com carinho, mas com contundência, coisas como que era um pouco fantasma e Milmi assentia e se reia".. Fiquei sem dúvida alguma e recalco foi uma noite deliciosa, de um nível tremendo na conversa.
Em outra noite do Salão nos reunimos um monte de amigos... desde Piruchi, até Ito Andrade... desde Milmi até Chema Ullivarri... desde Kankel Pintos a Juan Luis Tuero... Fomos jantar, mas eu me trouxe a um convidado inesperado: o grande jornalista esportivo de TVE Celso Vázquez, que também naquele tempo era o diretor de publicidade de Leche Pascual.
A Celso Vázquez Manzanares o vi parado em um semáfaro na Diagonal... era inconfundível em um Seat 600 que lhe haviam prestado que lhe restava como um par de sapatos de 36 a Pau Gasols... desceu se abraçou a minha e a Zulema, e unimos-nos ao grupo com o qual tínhamos ficado.
Após o espada-de-açúcar Piruchi, que se auto proclamou como um mestre da boleira, sugerindo ao grupo ir jogar uma que havia na Grande Via barcelonesa que então estava de moda e ali fomos raudos... tomamos umas taças e o lema era «O que perder paga».Todos nós pensámos em não perder... porque o estilaço «profissional» Humberto acolhonaba... mas ele foi o que ficou de último, entre o cachondeo general; mas o inesquecível Piruchi de pagar nada de nada... diante do cabreo de Kankel, que primeiro riu do «ridículo desportivo do nosso amigo», mas depois caiu e muito, porque não pagava, e houve que fazer um decote...
Menudo Salão Náutico o daquele ano, parecia um sonho... não o passamos bem, mas muito bem... o Monte Real com o patrocínio de General Optica, tinha um stand em pleno Palácio da Vela... que foi o «despacho de Suevos»... não faltaria mais... todos os dias à primeira hora tirou-se da caixa forte do Salão a «botella de ouro de Baileys» para a sua exposição... garrafa que era retirada ao fechamento para que voltasse a lugar seguro... parece que foi ontem, mas caíram mais de 30 añitos do ala... e muitos dos citados já não estão entre nós...
(continuar)
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