Este novo navio iniciou a sua viagem inaugural, desde o porto chinês Xingang até ao norte da Europa, dentro de um serviço operado conjuntamente com Maersk na aliança 2M. (Foto ANAVE)

A naviera suíça Mediterranean Shipping Company (MSC) recebeu a primeira semana de julho o MSC Gülsün, o portacontenedores com a maior capacidade construído até a data: 23.000 TEU. Trata-se do primeiro de uma série de 11 navios gémeos que o estaleiro coreano Samsung Heavy Industries constrói para tal naviera e que serão entregues ao longo dos próximos 9 meses.

O MSC Gülsün tem 400 m de eslora, dimensão habitual nos mega portacontenedores mais recentes. Mas, enquanto até agora estes navios não superavam os 59 m de manga, este é o primeiro com 61,5 m, com o que tem espaço para transportar 24 fileiras de contentores no sentido da manga, o que permite dispor de uma capacidade nominal de 1500 TEU adicionais contra outros navios em operação. Por exemplo, a série do OOCL Hong Kong, a de maior capacidade até à data (21.413 TEU) tem dimensões de 399 x 58,8 m.

O problema da sobrecapacidade na frota mundial de porta-contenedores reaparece com este reinício da corrida pelo tamanho dos navios dos operadores de linhas regulares. Em 2017 superou-se pela primeira vez a marca de 20.000 TEU de capacidade nominal. Além desses 11 navios da MSC construídos pela Samsung, a naviera coreana Hyundai HM espera a entrega, a partir do segundo trimestre de 2020, de outros 12 porta-contenedores de 23.000 TEU.

O primeiro porta-contenedores da classe Triple E, Emma Maersk, entregue em 2006, tinha uma capacidade de algo menos de 15 000 TEU com 397 m de comprimento e 56 de manga, quase as mesmas dimensões que o MSC Gülsün... segundo os especialistas, este novo navio precisará de 4 dias adicionais de tempo em porto por rotação em relação aos seus antecessores, o que resultaria em períodos de trânsito mais longos, a menos que a velocidade de navegação seja aumentada.