Villaverde assinalando orgulhosamente a mudança prevista

O chefe da Casa Real, Jaime Alfonsín, enviou à Federação Galega de Vela, que preside Manuel Villaverde, a correspondente credencial que certifica a concessão pelo rei Filipe VI do título de Real ao organismo federativo.

Nos últimos meses, a entidade reitora da vela galega foi dirigida à Casa Real com o correspondente pedido para a obtenção de tal honra, reforçada mais se cabe pelo elevado número de clubes náuticos da comunidade autônoma que possuem essa distinção.

A resposta ao pedido foi feita por carta na qual se comunica que “Sua Majestade o Rei teve a bem conceder o título de Real à Federação Galega de Vela”. Na misiva, o chefe da Casa Real transmite as saudaçãos do monarca a “todos os membros dessa Federação”.

A já RFGV é a primeira federação autonômica da vela espanhola que obtém tal reconhecimento, que se “estrenará” Na próxima terça-feira, na Escola Naval Militar de Marín, com a apresentação oficial da Copa Galiza de cruzeiros ORC... a vela espanhola conta com 18 federações adstritas à RFEV.

Há agora algo mais de 1800 anos que a Galiza existe como tal... foi Caracalla quem o distante ano de 216 dividia a antiga Iberia em conventos, e ao que ocupava parte da Lusitania compreendido entre o Douro e o Cantábrico, incluídos a atual Terra de Campos e sem chegar aos domínios dos Cántabros, lhe chamou Gallaecia. Sua capital Braccara Augusta, hoje Braga em território português... suas duas grandes cidades Lucus Augusta, Lugo, e Astúrica Augusta, atualmente Astorga. Pouca gente sabe que a antiga Galiza, teve em Roma uma imperatriz: a Serena.

Seu primeiro rei no amplo sentido da palavra, já quase com o Império Romano do Ocidente exausto: Hermérico, que subiu ao trono no ano 411 em Braga, convertendo a Galiza no primeiro reino europeu após Roma. Galiza sempre foi monárquica, mas não ao uso... primeiro com os reis suevos, depois com os medievais com um Pelayo que iniciou uma nova monarquia e que provavelmente nasceu em Tuy, ou melhor em Pazos de Tuy, onde seu pai fazia as vezes de "ajudante de campo" do príncipe Witiza. Anos depois se descobrem os restantes do apóstolo Santiago, sendo a rainha popular e guerrillera da Galiza, que domina na zona central das terras galegas... a Rainha Lupa. Em Tuy três séculos depois nacia Afonso I o Galaico, que seria o primeiro rei da vizinha Portugal.

A tozudez dos Reis Católicos em eliminar a estirpe galega, eclipsou o poderio dos «verdes castros» durante mais de três séculos. A vingança de Castela onde galaicos e lusitanos não eram precisamente amigos, chegou a tal extremo que Galiza foi afastada das cortes espanholas até bem entrado o Século XIX, sendo representada pela vizinha Zamora.

Nas duas repúblicas vividas em nosso país, na Galiza sempre pesó mais a parte "monárquica" que a "republicana" e aos dados me remito. Há uns meses em plenos ataques do outro lado da península à nossa monarquia na assembleia da Federação de Futebol por unanimidade se aprobava passar a se chamar Real Federação Galega de Futebol e agora fez o próprio a de vela... não deixa de ser curioso que o chefe do futebol é um político popular... Rafael Louzán... e também o é que o da Galega de Vela, Manolo Villaverde. presuma de ser socialista... e é que na Galiza, continua apoiando-se a monarquias, e é que vem de muito antigo, quase tanto que nem havia história escrita daquela... e por isso os meus paisanos continuam e querem continuar sendo cidadãos do Reino da Galiza... sejam de direitas ou de esquerdas, sejam espanholistas ou galleguistas... Galiza ist different !!!

Manuel Pedro Seoane
Editor