Oxford-Cambridge, um assassinato causou sua rivalidade

Oxford-Cambridge, um assassinato causou sua rivalidade

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Llegada de la regata en 2007 (Foto Blog de Francisco Javier Tostado)

Chegada da regata em 2007 (Foto Blog de Francisco Javier Tostado)

Desde 1829 entre o final do mês de março e início de abril há um evento esportivo sobre o rio Támesis, em Londres, que chama a atenção de todo o mundo conhecido como “a regata”. Seu interesse não reside tanto no esporte como no confronto entre os dark blues de Oxford e os Light blues de Cambridge. Recorrem em menos de vinte minutos 6 km. Mas o prestígio que obtém o vencedor pode ser comparado ao gado nos Jogos Olímpicos. Mas hoje não falaremos desta competição apaixonada, mas explicaremos a origem desta pretérita rivalidade entre as duas melhores universidades da Inglaterra, competição que tem sua origem em um assassinato ocorrido há 800 anos.

Entre meados do século XII e os inícios do século XIII apareceram na Europa as primeiras universidades. Não se sabe qual foi a primeira, embora alguns lhe dão essa honra à de Bolonha, em Itália, fundada pelo imperador Frederico I Barbarroja em 1155 aprox. pelo privilégio Habita. Nestas datas, a Universidade de Paris já impartía aulas à margem do controle da Igreja, aprofundando-se a Universidade de Oxford no ano 1163.

Durante o século XIII apareceram outras: Cambridge (1209), Palencia (1212), Salamanca, (1220), Toulouse (1229), Pádua (1222) e Nápoles (1224). A proliferação foi tão significativa que até 1500 existiam umas sessenta universidades em toda a Europa.

A palavra “universidade” designa a “totalidade” dos membros de um grupo, e desta forma tinham “universidades” de carnificinas, comerciantes e outras profissões. Estas nasceram quando os estudantes e professores decidiram se organizar em associações profissionais para defender seus próprios interesses perante as autoridades civis. Mas concentremo-nos nas nossas duas universidades inglesas:

A de Oxford a fundaram uns estudantes ingleses procedentes de Paris. Naquela época, os alunos passavam muitas penúrias e a maioria estavam submetidos às numerosas proibições previstas nos estatutos da universidade. Poucos eram os que não tinham problemas para comer e as brigas e reiertas estavam à ordem do dia, sobretudo com as pessoas acomodadas da cidade.

Infografía de Radio Televisión Española

Infografia da Rádio Televisão Espanhola

Em 1209, um grupo de professores e estudantes, para protestar pela execução de vários deles pelos burgueses em consequência de um assassinato, declararam-se em greve. Uma vez que o assunto longe de ser resolvido, piorou, decidiram abandonar a cidade para acabar se movendo em Cambridge. No início viviam em casas que os acolheram, mas com o tempo se organizaram em albergues. Depois iniciaram cursos periódicos de estudo ministrados por eles mesmos sob a supervisão do Chanceler.

Os problemas entre a população e os estudantes foram constantes e para tentar resolvê-los, o rei Henrique III de Inglaterra, concedeu-lhes o monopólio do ensino nesse lugar em 1231, decretando que apenas os estudantes que estudam sob um mestre reconhecido podiam permanecer na cidade.

Provavelmente a rivalidade ao longo dos séculos entre estas duas universidades tornou-se uma das mais importantes do mundo. Seu espírito de competição e querer ser uma melhor que a outra, ajudou a que de suas aulas surgissem homens e mulheres cujas contribuições ajudaram a mudar o mundo. Com os séculos, Oxford destacou seus literatos e filósofos enquanto Cambridge, por seus homens de ciência como Darwin e Newton.

Autor do artigo, Francisco Javier Tostado
Nasci em Barcelona (Espanha) em 27 de dezembro de... há mais de quarenta anos, no mesmo hospital onde depois aprendi minha profissão. Eu licenciei em Medicina e Cirurgia pela Universidade de Barcelona e sou especialista em Obstetrícia e Ginecologia. Depois de me subespecializar no Diagnóstico Pré-natal comecei a desenvolver minha atividade tanto no âmbito privado como no público nessa cidade. Compagino (como posso) meu trabalho com os estudos de Geografia e História e sou autor de dois romances históricos: Lucius Cassius, o médico escravo e O Escrito de Deus, e mais recentemente o livro Como adoecer e não morrer na tentativa. Entre as minhas afições destaca a guitarra elétrica, e sim, AC/DC é o melhor grupo do mundo.

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