Quanto mais classes acreditamos na vela mais troféus ganhamos
Quanto mais classes acreditamos na vela mais troféus ganhamos
Quanto mais classes acreditamos na vela mais troféus ganhamos
É a história interminável da nossa querida vela... temos mais categorias e mais classes que grãos de areia possui a antiga província espanhola do Sahara Ocidental... simplesmente é um despropósito todo o circo montado.
Há uns anos em vela de cruzeiro as categorias dignas de "level class" das "ton cup"... ou seja das que tinham cargo de campeonatos do mundo eram de menor a maior: a miniton, a 1/4 ton, a 1/2 ton, a 3/4 ton, a one ton e a two ton... na que os rating topo eram respectivamente 16.5, 18,5, 22.0, 24.5, 27.5 e 32.5 em pés IOR. Pouco depois a antiga one ton e a two ton se fundiriam em uma nova one ton de 30.5 e a miniton praticamente desapareceu...
Com a chegada dos 90 começaram a pisar forte os monotipos, caso do já veterano J80, e os novos First Class 8 de Beneteau (o 7 e o 10 fracassaram ao estaleiro francês)... isto era tudo, até que o IMS, e o CHS que eram exigidos a gritos por grande parte dos armadores espanhóis entraram no circo da vela...
A Copa do Rei foi a primeira a testar o IMS e praticamente deseguido o Monte Real Club de Yates... mas em Baiona estreou no nosso país o CHS... mesmo se celebrou uma regata de inverno: a Regata Banco Galego, na qual faziamos as classificações nos três sistemas: IOR, IMS e CHS, para que os armadores vissem as diferenças.
O CHS foi logo adotado pela RANC que então tinha José de Vallés de secretário-geral... mas os ratings se expediam em Londres ou em Paris... e o que enviou o CHS para o papelera logo foi que os rating para um mesmo navio eram diferentes segundo os processaram britânicos ou franceses... como dizemos na Galiza uma carallada...
O IMS... o International Mistery System como o bautizou Perico Sardina começou a campar a suas largas, e aqui começou a custar abaixo: os mundiais passaram a ser uma cunha argentina, a elaboração das classificações eram um despropósito permanente... e sobretudo se deixou a um lado o de vencedor absoluto de uma regata e passaram a ser muitos vencedores... tantos como dissemos como grãos de areia no Sara Ocidental...
Agora já não há um vencedor... há muitos!... tantos como queiramos e isso não entendem nem os mais inteligentes do circo da vela, imaginam um titular em Marca: Real Madrid, Lugo, Fuenlabrada, Burgos, San Fernando, Olot... e os 17 campeões da terceira... campeões... e eu pergunto-me campeões de quê, de vencedores de troféus.
Isso é uma caralada, sem seriedade alguma, nem lógica de nenhum tipo... se entra em um bar de um clube náutico por esta Espanha e se pergunta em alto, há aqui algum vencedor da Copa do Rei?, podem sair mais de 200 que dizem tê-la gado.
Repito amigos somos o hazmerreir dos esportes sérios nisto da vela pesada, isto é uma caralada e temos que acabar com a caralada.
Manuel Pedro Seoane, Editor
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