Espectacular fotografia que reflete a gravidade da situação ( Imagem: NASA/Wikimedia Commons)

Um grande iceberg, do tamanho de Porto Rico, possivelmente vai se separar da Antártida em poucos meses, conforme confirmou um grupo de cientistas britânicos. Isso poderia desestabilizar o bloco de gelo conhecido como Larsen C, colocando-o em uma posição muito precária. Os blocos de gelo atuam como apoios flutuantes dos glaciares em terra firme, então se o gigante Larsen C colapsa no oceano, outros glaciares da antártica do oeste também poderia deslizar para o oceano até elevar os níveis do mar. A equipa responsável pelo projecto disse que a fenda, nome que deram a esta abertura, é um evento geográfico e não um que possa ser atribuído directamente às alterações climáticas, mas pode acelerar os efeitos relacionados com as alterações climáticas de se separar, uma vez que enfraqueceria o bloco de gelo Larsen C por completo.

Se o Larsen C colapsasse, isso causaria que os glaciares da terra se vierem sobre o oceano, o que aumentaria o nível do mar e, talvez, contribuiria para aumentar o derretimento dos glaciares da antártica. Em dezembro passado, as observações dos satélites revelaram que a fenda cresceu 18 quilômetros em apenas algumas semanas. “Depois de alguns meses de aumento contínuo desde o último evento, de repente a fenda cresceu 18 quilômetros durante a segunda metade de dezembro de 2016. Apenas cerca de 20 quilômetros de gelo conectam o iceberg — que tem o tamanho de um quarto de Gales, no Reino Unido - com seu respectivo bloco de gelo".

A separação deste icebergue, equivalente a 10% do bloco de gelo Larson C, poderia fazer com que todo o bloco esteja “menos estável”, disse através de um comunicado o administrador do projeto, Martin O’LEary, da universidade Swansea, no País de Gales. “Se este fosse a colapsar, não haveria nada sustentando os glaciares e estes acabariam fluindo rapidamente para a água”. A fenda é de 80 quilômetros de comprimento e cerca de 100 metros de largura, mas se estende por quase meio quilômetro de profundidade dentro do bloco de gelo. Estes blocos geralmente possuem centenas de metros de espessura. As alterações climáticas certamente ajudaram o crescimento da fenda. O ano de 2016 foi o ano mais quente do que se tem registro (por uma quantidade considerável), graças ao dobro dos gases com efeito de estufa e ao evento El Niño.