O secretário de estado para o esporte, José Ramón Lete, junto aos representantes dos clubes náuticos.

O presidente do Conselho Superior de Esportes, José Ramón Lete, reconheceu o trabalho dos náuticos em sua reunião com a CEACNA. Ambas as partes comprometeram-se a impulsionar o Plano 2020 de apoio ao esporte base. A patronal de clubes também manteve um fructífero encontro com o diretor geral da Marinha Mercante.

“Consideramos a atividade náutica esportiva estratégica, pois transcende o âmbito do esporte a outros setores produtivos como o turismo”. O presidente do Conselho Superior de Esportes (CSD), José Ramón Lete Lasa, fez estas declarações na passada quarta-feira, 11 de janeiro, no decorrer de uma reunião com o presidente da Confederação Espanhola de Associações de Clubes Náuticos (CEACNA), José Jaubert, e outros membros desta patronal, que se mostraram “muito gratos e satisfeitos” pelo reconhecimento do máximo órgão do esporte nacional ao trabalho que desenvolvem os náuticos e marítimos.

O encontro, no qual também esteve presente o diretor geral para o esporte do CSD, Jaime González Castaño, serviu para projetar os planos de colaboração entre este organismo público e a CEACNA, um de cujos principais objetivos é garantir que os clubes conservem suas concessões administrativas, tanto em portos estatais dependentes do Ministério de Fomento como nos autonômicos sob controle dos governos regionais.

José Ramón Lete mostrou sua disposição a mediar com outras instituições do Estado em defesa dos clubes náuticos, que considerou como “a base do desenvolvimento do esporte náutico em Espanha”. Ao CSD não escapa que a vela é a disciplina que mais medalhas trouxe ao esporte espanhol ao longo da história e que essas conquistas não teriam sido possíveis na ausência dos clubes.

Os clubes, por sua vez, comprometeram-se a colaborar no desenvolvimento do Plano 2020 do CSD, que contempla incentivos fiscais de até 90% para empresas que apoiem atividades desportivas de base. Esta cooperação poderia ser concretizada em próximas datas com a apresentação de um projeto conjunto dos clubes náuticos integrados na CEACNA, patronal que representa 180 entidades esportivas sem fins lucrativos, que emprega 2.400 empregados e é composta por mais de 200.000 parceiros e usuários.

Contudo, os clubes insistiram na necessidade de criar um quadro legal que possibilite maior envolvimento da iniciativa privada no patrocínio de esportes, sejam náuticos ou de qualquer outra natureza. Neste sentido, Jaubert lembrou que a CEACNA “vém reivindicando há anos uma lei de mecenazgo esportivo”.

Lete aceitou o oferecimento de Jaubert para estar presente no III Simpósio Nacional de Clubes Náuticos organizado pela CEACNA, que terá lugar em Alicante entre 5 e 6 de outubro deste ano.

Antes deste encontro, a delegação da CEACNA foi recebida pelo diretor-geral da Marinha Mercante, Rafael Rodríguez Valero, que enfatizou sua ideia, exposta no II Simpósio de Clubes Náuticos de 2015, de potenciar um departamento exclusivo para a náutica recreativa. Nessa reunião esteve presente também um representante da Associação Nacional de Empresas Náuticas (ANEN) e se trataram temas concretos como a problemática do fondeo em lugares como Tabarca, o abandeiramento de embarcações, as titulações dos marinheiros dos clubes, bem como o futuro do ensino náutica esportiva e a regulação das escolas de vela.

A CEACNA propôs-se em 2017 a participar das juntas directivas das principais federações desportivas náuticas da Espanha, participar nas mesas colectivas de negociação laboral, turística e sectorial, e converter seu simpósio no mais importante do sector.